A Polícia Civil
prendeu, em cumprimento a mandado de prisão temporária, nesta terça-feira, 3,
na cidade de Pacajá, sudeste do Pará, João Paulo Chopek, secretário municipal
de desenvolvimento econômico do município. Representante legal da madeireira
Sagrada Família, de Pacajá, ele é acusado de envolvimento em fraudes na
aquisição de créditos florestais junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
(SEMAS). Duas funcionárias da Secretaria são suspeitas de envolvimento na
fraude. Uma delas chegou a ser presa, por prisão temporária, mas foi liberada
durante a noite. As informações sobre a fraude foram divulgadas durante
entrevista coletiva, na Delegacia-Geral, onde estiveram o delegado Marcos
Miléo, responsável pelas investigações; o secretário adjunto de Gestão e
Regularidade Ambiental, Hildemberg da Silva Cruz, e a corregedora ambiental,
Rosângela Wanzeller Siqueira.
Após ser preso, em
Pacajá, Chopek foi trazido para Belém de avião sob escolta de policiais civis
do GPE (Grupo de Pronto-Emprego). Do hangar do Grupamento Aéreo do Estado, o
preso foi conduzido para a Delegacia-Geral, para prestar depoimento. A prisão é
resultado de uma investigação realizada pela Divisão de Prevenção e Repressão a
Crimes Tecnológicos (DPRCT) e Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de
Dinheiro, em parceria com a SEMAS.
Sob coordenação do
delegado Marcos Miléo, as investigações mostraram que a fraude aconteceu em
fevereiro deste ano, após solicitação feita pela madeireira de estorno de 121
metros cúbicos de madeira em viga em créditos no SisFlora (Sistema de
Comercialização e Transporte de Produtos Florestais), que visa auxiliar e
controlar a comercialização e o transporte de produtos florestais no Estado. A solicitação
foi feita, explica Miléo, após suposto erro de informação por parte do
representante.
A SEMAS constatou que
uma servidora, responsável pelo cadastro no sistema, ao processar o
requerimento, creditou 121 mil metros cúbicos ao invés de 121 metros cúbicos de
madeira serrada e, depois, estornou os 121 metros cúbicos requeridos pela
empresa. Em segunda, foram usados pela madeireira cerca de 4 mil metros cúbicos
tramitados por meio do Sisflora a outras empresas no Estado do Pará. Ainda,
durante as investigações, foi constatado que houve o cadastro no Sisflora de
Documentos de Venda de Produtos Florestais (DVPFs), totalizando 117 mil metros
cúbicos de madeira, que seriam comercializados para madeireiras de fora do
Pará.
Porém, ao detectar a
fraude, a transação foi bloqueada no sistema por meio do Ibama. Caso fosse
concretizada a comercialização dos 121 mil metros cúbicos de madeira o prejuízo
estimado seria superior a R$ 84 milhões, além do prejuízo ambiental
incalculável, uma vez que os créditos seriam utilizados, possivelmente, para
"esquentar" madeira colhida de forma ilegal. Na casa de João Paulo,
os policiais civis comandados pelo delegado Miléo apreenderam uma arma de fogo
ilegal e documentos. As ordens de prisão e de busca e apreensão foram expedidas
pela 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares da Comarca de Belém.
Fonte:
Polícia Civil do Pará
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