A presidenta
afastada Dilma Rousseff vai hoje (29) ao Senado se defender das acusações de
ter cometido crime de responsabilidade em 2015. Ela responde ao processo de impeachment, sob a
alegação de ter editado em 2015 decretos de crédito suplementar sem autorização
do Congresso e também de usar dinheiro de bancos federais em programas do
Tesouro [as chamadas pedaladas fiscais]. A petista foi afastada da presidência
da República pelo Senado há mais de 100 dias.
Na última semana, o
Senado ouviu os depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação na quinta
(25), sexta (26) e sábado (27). Dilma começa a falar às 9h. Inicialmente, terá
30 minutos para a apresentação, mas esse tempo poderá ser prorrogado por mais
30 minutos. A critério do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo
Lewandowski, que comanda o julgamento do impeachment,
a presidenta afastada poderá ter mais tempo na fase inicial.
Depois da fala de
Dilma, terão início os questionamentos dos senadores. Cada parlamentar terá até
cinco minutos para fazer perguntas. O tempo de resposta de Dilma é livre e não
será permitida réplica e tréplica. Dilma também poderá deixar de responder às
indagações dos parlamentares. Mais da metade dos 81 senadores já se inscreveram
para questionar Dilma Rousseff.
O depoimento de
Dilma será acompanhado no plenário por cerca de 30 convidados dela. Entre eles
estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Rui
Falcão, do PDT, Carlos Lupi, vários ex-ministros do governo, além de assessores
e outras pessoas próximas. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
colocou à disposição da acusação de Dilma o mesmo número de cadeiras que
disponibilizou para a petista.
A expectativa é de
que a o depoimento dure todo o dia e se estenda até parte da noite. Os
senadores que apoiam o impeachment garantem que não haverá
enfrentamentos, mas que irão fazer todos os questionamentos. Eles entendem que
o comparecimento da presidenta afastada ao plenário não mudará os votos dos
senadores.
Os parlamentares
contrários ao impeachment, no entanto,
acreditam que a fala dela vai mudar votos. O senador Lindberg Farias (PT-RJ)
disse que os aliados de Dilma estão depositando todas as esperanças no
depoimento. “Acho que vai ser um dia em que o Brasil vai parar. Acho que a
presidenta pode mostrar ao país que está sendo vítima de uma injustiça e que
não há crime de responsabilidade. Acho que é um dia que pode virar o jogo”,
afirmou.
Fonte: Agência Brasil
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