Carro de pastor era roubado e estava com documento e lacre adulterados. De acordo com a polícia, pastor pagou fiança de R$
3 mil para ser liberado.
Um pastor de 44 anos foi preso em flagrante em Cuiabá,
nesta quarta-feira (17), suspeito de receptação. A prisão e a apreensão do
veículo ocorreram na sede de uma igreja no Bairro Jardim Guanabara. À Polícia
Civil, o pastor alegou ter sido vítima de estelionato. Ele pagou fiança de R$ 3
mil para ser liberado e deve responder em liberdade.
O caso foi descoberto após fiscais do Departamento estadual de Trânsito
(Detran-MT) desconfiarem da tramitação de um processo de transferência de um
veículo cujo número de certificado de registro (CRV) tinha registro de roubo
em Mirassol
D'Oeste, município a 329 km da capital, em setembro de 2015.
De acordo com o Detran, a Coordenadoria de Fiscalização de Credenciados
da autarquia pediu ao suspeito, que constava como proprietário do veículo, para
que comparecesse com o veículo na sede da autarquia, para vistoria. O pastor,
porém, teria comparecido ao órgão sem o veículo, o que fez com que os fiscais
fossem até o local onde o veículo estava guardado.
Conforme os fiscais, ao verificar o veículo, foi descoberto que o lacre
usado nas placas do veículo pertenciam a um outro veículo, que também havia
sido roubado em julho deste ano, no Centro de Cuiabá.
Segundo a Polícia Civil, além das placas falsas, foi constatado que o
Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) apresentado pelo
pastor era falso. As cédulas, segundo a polícia, são oriundas de um furto
ocorrido no Detran.
Interrogado na Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos
(Derfva), o pastor afirmou que foi vítima de estelionato e que havia feito uma
transferência para a conta corrente indicada e que suportou o prejuízo
financeiro. Sobre não ter apresentado o carro ao Detran, o suspeito alegou que
lhe foi apresentado, pelo vendedor, um “laudo de vistoria particular”.
Servidor investigado
Conforme a investigação da Polícia Civil, o pastor entrou em contato com
um servidor do Detran que teria informado ao suspeito sobre a possibilidade do
documento ser falso e do veículo ser roubado. O servidor também teria alertado
o pastor de que o carro seria apreendido caso fosse apresentado no Detran-MT.
Devido o alerta, o servidor deverá ser investigado administrativamente diante
da suposta violação de sigilo funcional.
Do G1 MT
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