Greve
dos servidores do Centro de Perícias Científicas tem como objetivo
conquista de melhores condições de trabalho
Foto: Fábio Costa |
O
grupo operacional de pericia do Pará fará uma paralisação de 12
horas na próxima segunda-feira (11). O objetivo é chamar a atenção
dos representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública e
da Defesa Social para a importância do trabalho realizado
pelos servidores, que nos últimos cinco anos negociam com a
administração pública melhores condições de salário e
trabalho.
A
decisão pela paralisação ocorreu na manhã de hoje (06) e reuniu a
categoria que votou em assembleia. O perito criminal Eriko Nery
explica que a mobilização surge de uma união da categoria por
melhorias. "Independente de associação ou sindicato decidimos
paralisar. O trabalho da pericia é fundamental. Ela conduz um
inquérito policial, por exemplo, e até mesmo a decisão de um juiz.
O desafio é que o trabalho que estamos realizando hoje está em uma
situação calamitosa. Realizamos o trabalho na cara e na coragem. Um
perito não trabalha com achismo, mas sim aplicamos a ciência",
explica.
Entre
as reivindicações estão o reajuste nas gratificações de pericia
judiciaria e risco de vida em 100% para cada um e incorporação do
abono salarial ao salário base, que hoje está em torno de R$ 1,400.
"Esse é o salário base, o restante da remuneração é
composto de gratificações que dependem também da especialização
do perito. Por isso há variações. No entanto, quando houve o
concurso há 10 anos, o nosso salário era equiparado a de um
delegado de polícia. Os anos passaram e não houve reajuste e ele
ficou totalmente defasado", lamenta Nery.
Atualmente
há 250 peritos criminais no Pará. A categoria também chama a
atenção para a necessidade de um novo concurso público. O último
foi realizado em 2007. De lá para cá, o quadro de servidores
reduziu. "Esse é o total para todo o Estado, com uma média de
7 milhões de habitantes. De distancias enormes em que os peritos
precisam se deslocar. Além disso, enquanto o número de servidores
reduziu, houve paralelamente uma curva de crescimento da violência.
A demanda de trabalho é grande e as condições para a realização
da perícia precisam melhorar, porque é uma atividade
desgastante", diz.
Diante
da falta de uma politica de remuneração e sem avanços nas
negociações com a Segup, a categoria decidiu paralisar no próximo
dia 11 de setembro. Das 7 h as 19h, 100% dos peritos criminais,
médicos legistas e os assistentes técnicos e auxiliares de pericia
irão cruzar os braços. "Não é uma greve, vamos paralisar
para chamar a atenção para as nossas reivindicações",
explica o perito.
Fonte: Portal ORM com informações de O Liberal
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