Motoristas que trafegam pela BR-230, A Rodovia Transamazônica, no trecho
entre Altamira e Medicilândia, no oeste do Pará, reclamam da falta de
manutenção, sinalização e conclusão da pavimentação asfáltica da rodovia. Entre
os municípios de Brasil Novo e Medicilândia a situação ainda é mais
perigosa. Há um ano várias partes do asfalto cederam e com isso crateras se
formaram ao longo da estrada. Algumas delas medem cerca de 200 metros de
comprimento por 5 metros profundidade. Além disso, esse trecho, que foi
recentemente asfaltado pelo governo federal, apresenta outros problemas, como
desníveis da estrada e várias rachaduras, o que tem provocados acidentes graves
com vítimas fatais Há cerca de um mês, o agricultor medicilandense Raimundo Nonato,
45 anos, perdeu a vida quando trafegava de motocicleta pela rodovia e caiu na
cratera que fica no Km 85, próximo a Medicilândia. “Acredito que o acidente
ocorreu porque nolocal não
tem sinalização. Ele vinha à noite e sem visibilidade acabou não vendo o
buraco”, disse Ademar Tambara, que é vizinho da vítima.
O Departamento também informou que o início das obras de recuperação das
crateras estaria previsto para no máximo no mês de novembro de 2014. O problema
é que mais de 150 dias já se passaram e até hoje nada foi resolvido. “Quantas
vidas terão que se perder para que o DNIT tome uma providência. Isso é um
descaso com a gente que vive nessa região”, desabafou o agrônomo Adriano
Camargo, que trafega pela rodovia semanalmente.
Já quem mora entre os municípios de Medicilândia e Uruará, a reclamação
se dá devido à lama e a poeira que já duram quatro décadas. O DNIT instalou
recentemente uma placa na ponte que fica no Km 94, na saída de Medicilândia,
onde explica que o serviço de pavimentação não poderá continuar por falta de
autorização da Funai. O problema se refere a uma aldeia indígena que fica às
proximidades da “Vila União”, no Km 120. “Impressionante a desculpa do governo
federal. Não pode asfaltar esse pedaço de estrada porque há risco de invasão de
terras indígenas. Será se o governo não tem a capacidade de manter a ordem?”,
questiona o agrônomo Adriano.
Com a chegada do período chuvoso, a tendência é que os buracos aumentem,
o que pode causar a interdição da única rodovia que liga os municípios do oeste
paraense à cidade de Altamira, numa região onde vivem pelo menos 500 mil
pessoas.
Aberta na década de 70, a Rodovia Transamazônica só tem 50% de sua
extensão asfaltada e muitas pontes ainda são de madeira e estão em péssimas
condições de trafegabilidade. Além disso, a maior parte da BR-230 possui pouca
e deficiente sinalização, o que contribui para que os acidentes sejam
inevitáveis. Tentamos contato com Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), porém fomos informados que o órgão está em recesso de fim
de ano.
Foto e texto: Wilson Soares – Jornal A Voz do Xingu
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