Grupo
indígena reteve cinco tratores e um caminhão de madeireiros que
tentavam atuar em área da aldeia.
Foto: Ideflor-bio |
Equipes
da Polícia Militar chegaram às aldeias Cajueiro e Tekohaw - em
Paragominas, no sudeste paraense -, onde, há cerca de uma semana,
índios da etnia Tembé vivem conflito com madeireiros para evitar a
extração vegetal na área. No final da tarde deste domingo (23), o
cacique da aldeia Tekohaw, Sérgio Muty, relatou ao Ideflor-bio
(Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará)
que tem recebido ameaças de morte. Equipes da Polícia Militar foram
enviadas ao local, mas em nota, a assessoria de imprensa da
corporação negou o acionamento formal de policiais. 'Qualquer ação
efetiva na aldeia é de competência da Polícia Federal e a PM só
poderá agir em apoio operacional. Contudo, nenhum contato do órgão
foi mantido com a Corporação até o momento.'
'Nós
estamos vivendo uma situação muito complicada. Nós prendemos
quatro máquinas (tratores) e mais um caminhão (dos madeireiros)
dentro da aldeia. Ontem tivemos uma missão e prendemos mais uma
máquina. Estamos tensos! Mandaram avisar que eles vão atacar e
estamos de prontidão. Nós não queríamos o conflito, mas eles
querem', disse e creditou a ação a um dos vereadores do município
de Nova Esperança do Piriá, lugar onde estaria a maioria dos
madeireiros.
Leia
mais:
A
missão a qual o cacique se refere envolve cerca de 80 indígenas
entre homens e mulheres que se deslocaram para a mata a fim de evitar
que madeireiros alcancem a aldeia.
Na
aldeia, além de representantes do Ideflor-bio e da PM, também estão
professores da UFPA (Universidade Federal do Pará) e da UEPA
(Universidade do Estado do Pará). O Comando da Capital da PM deve
ser acionado para reforço na área.
A
Tekohaw é a maior aldeia das 26 que compõe a terra indígena Alto
Rio Guamá, que está presente nas cidades de Santa Luzia, Nova
Esperança e Paragominas. O último confronto, que ocorreu ontem
(22), pode ter resultado na morte de uma pessoa, mas até o momento a
informação não foi confirmada pela Polícia Militar.
A
Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em Marabá e em Brasília, foi
acionada e está ciente da situação. O Ministério Público
Federal acompanha o caso e não vai se pronunciar sobre a questão
por ora.
Polícia
Militar
'A
Polícia Militar, por ação dos Comandos de Policiamentos Regionais
VI - Paragominas e VII - Capanema, atua de forma a prevenir qualquer
conflito entre madeireiros e índios da etnia Tembé no território
da Aldeia Tekohaw, no Alto Rio Guamá, em Paragominas, sudeste
paraense. O local fica distante a cerca de 90 quilômetros da sede do
município. Qualquer ação efetiva na aldeia é de competência da
Polícia Federal e a PM só poderá agir em apoio operacional.
Contudo, nenhum contato do órgão foi mantido com a Corporação até
o momento.
De
acordo com o comandante do CPR VI, coronel Eduardo Pimentel,
militares que atuam pela 10a Companhia Independente da PM, na cidade
de Nova Esperança do Piriá, tentam localizar um madeireiro
conhecido por "Carapanã". Segundo o coronel, o madeireiro
estaria arregimentando outros comerciantes do setor no intuito de
invadir a terra indígena, para reaver o maquinário apreendido
pelos indígenas devido à invasão do território.
Ainda
de acordo com o tenente-coronel Eduardo, as informações da
apreensão e do clima de tensão foram repassadas pela Prefeitura
Municipal de Paragominas e pelo Instituto de Desenvolvimento
Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor Bio) -
confirmadas por um cacique. Recentemente, teria ocorrido uma reunião
entre Ideflor, Prefeitura de Paragominas, lideranças indígenas e
representantes de madeireiras, onde foram estabelecidas medidas à
preservação da área indígena. Contudo, a Polícia Militar não
recebeu qualquer convite e assim desconhece as tratativas firmadas,
mas está adotando ações preventivas da competência dela.'
Por:
Redação Integrada O Liberal
Fonte:
Portal ORM
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