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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

CACIQUE DE ALDEIA EM PARAGOMINAS RELATA AMEAÇA DE MORTE. PM CHEGA AO LOCAL


Grupo indígena reteve cinco tratores e um caminhão de madeireiros que tentavam atuar em área da aldeia.
 Foto: Ideflor-bio
Equipes da Polícia Militar chegaram às aldeias Cajueiro e Tekohaw - em Paragominas, no sudeste paraense -, onde, há cerca de uma semana, índios da etnia Tembé vivem conflito com madeireiros para evitar a extração vegetal na área. No final da tarde deste domingo (23), o cacique da aldeia Tekohaw, Sérgio Muty, relatou ao Ideflor-bio (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará) que tem recebido ameaças de morte. Equipes da Polícia Militar foram enviadas ao local, mas em nota, a assessoria de imprensa da corporação negou o acionamento formal de policiais. 'Qualquer ação efetiva na aldeia é de competência da Polícia Federal e a PM só poderá agir em apoio operacional. Contudo, nenhum contato do órgão foi mantido com a Corporação até o momento.'
'Nós estamos vivendo uma situação muito complicada. Nós prendemos quatro máquinas (tratores) e mais um caminhão (dos madeireiros) dentro da aldeia. Ontem tivemos uma missão e prendemos mais uma máquina. Estamos tensos! Mandaram avisar que eles vão atacar e estamos de prontidão. Nós não queríamos o conflito, mas eles querem', disse e creditou a ação a um dos vereadores do município de Nova Esperança do Piriá, lugar onde estaria a maioria dos madeireiros.

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A missão a qual o cacique se refere envolve cerca de 80 indígenas entre homens e mulheres que se deslocaram para a mata a fim de evitar que madeireiros alcancem a aldeia.
Na aldeia, além de representantes do Ideflor-bio e da PM, também estão professores da UFPA (Universidade Federal do Pará) e da UEPA (Universidade do Estado do Pará). O Comando da Capital da PM deve ser acionado para reforço na área.

A Tekohaw é a maior aldeia das 26 que compõe a terra indígena Alto Rio Guamá, que está presente nas cidades de Santa Luzia, Nova Esperança e Paragominas. O último confronto, que ocorreu ontem (22), pode ter resultado na morte de uma pessoa, mas até o momento a informação não foi confirmada pela Polícia Militar.
A Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em Marabá e em Brasília, foi acionada e está ciente da situação. O Ministério Público Federal acompanha o caso e não vai se pronunciar sobre a questão por ora.

Polícia Militar

'A Polícia Militar, por ação dos Comandos de Policiamentos Regionais VI - Paragominas e VII - Capanema, atua de forma a prevenir qualquer conflito entre madeireiros e índios da etnia Tembé no território da Aldeia Tekohaw, no Alto Rio Guamá, em Paragominas, sudeste paraense. O local fica distante a cerca de 90 quilômetros da sede do município. Qualquer ação efetiva na aldeia é de competência da Polícia Federal e a PM só poderá agir em apoio operacional. Contudo, nenhum contato do órgão foi mantido com a Corporação até o momento.
De acordo com o comandante do CPR VI, coronel Eduardo Pimentel, militares que atuam pela 10a Companhia Independente da PM, na cidade de Nova Esperança do Piriá, tentam localizar um madeireiro conhecido por "Carapanã". Segundo o coronel, o madeireiro estaria arregimentando outros comerciantes do setor no intuito de invadir a terra indígena, para reaver  o maquinário apreendido pelos indígenas devido à invasão do território.
Ainda de acordo com o tenente-coronel Eduardo, as informações da apreensão e do clima de tensão foram repassadas pela Prefeitura Municipal de Paragominas e pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor Bio) - confirmadas por um cacique. Recentemente, teria ocorrido uma reunião entre Ideflor, Prefeitura de Paragominas, lideranças indígenas e representantes de madeireiras, onde foram estabelecidas medidas à preservação da área indígena. Contudo, a Polícia Militar não recebeu qualquer convite e assim desconhece as tratativas firmadas, mas está adotando ações preventivas da competência dela.'

Por: Redação Integrada O Liberal
Fonte: Portal ORM

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