BRASIL NOVO NOTÍCIA: Rodovia esburacada castiga motoristas em Brasil Novo e Medicilândia

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Rodovia esburacada castiga motoristas em Brasil Novo e Medicilândia


Motoristas que trafegam pela BR-230, A Rodovia Transamazônica, no trecho entre Altamira e Medicilândia, no sudoeste do Pará, reclamam da falta de manutenção, sinalização e conclusão da pavimentação asfáltica da rodovia. Entre os municípios de Brasil Novo e Medicilândia a situação ainda é mais perigosa. Há um ano várias partes do asfalto cederam e com isso crateras se formaram ao longo da estrada. Algumas delas medem cerca de 200 metros de comprimento por 5 metros profundidade. Além disso, esse trecho, que foi recentemente asfaltado pelo governo federal, apresenta outros problemas, como desníveis da estrada e várias rachaduras, o que tem provocados acidentes graves com vítimas fatais.

Há cerca de um mês, o agricultor medicilandense Raimundo Nonato, 45 anos, perdeu a vida quando trafegava de motocicleta pela rodovia e caiu na cratera que fica no Km 85, próximo a Medicilândia. “Acredito que o acidente ocorreu porque no local não tem sinalização. Ele vinha à noite e sem visibilidade acabou não vendo o buraco”, disse Ademar Tambara, que é vizinho da vítima.

No início do mês de agosto de 2014, uma equipe de técnicos e engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) esteve na região da Transamazônica para vistoriar os trechos que haviam desmoronado. Na época, a equipe do DNIT chegou a afirmar que durante a vistoria tinha utilizado ferramentas eficazes para que não ocorresse mais incidentes como estes, que haviam ocasionado transtornos e perigo para usuários e para população da região e que o resultado das análises sairia no prazo de 60 dias.

O Departamento também informou que o início das obras de recuperação das crateras estaria previsto para no máximo no mês de novembro de 2014. O problema é que mais de 150 dias já se passaram e até hoje nada foi resolvido. “Quantas vidas terão que se perder para que o DNIT tome uma providência. Isso é um descaso com a gente que vive nessa região”, desabafou o agrônomo Adriano Camargo, que trafega pela rodovia semanalmente.

Já quem mora entre os municípios de Medicilândia e Uruará, a reclamação se dá devido à lama e a poeira que já duram quatro décadas. O DNIT instalou recentemente uma placa na ponte que fica no Km 94, na saída de Medicilândia, onde explica que o serviço de pavimentação não poderá continuar por falta de autorização da Funai. O problema se refere a uma aldeia indígena que fica às proximidades da “Vila União”, no Km 120. “Impressionante a desculpa do governo federal. Não pode asfaltar esse pedaço de estrada porque há risco de invasão de terras indígenas. Será se o governo não tem a capacidade de manter a ordem?”, questiona o agrônomo Adriano.

Com a chegada do período chuvoso, a tendência é que os buracos aumentem, o que pode causar a interdição da única rodovia que liga os municípios do oeste paraense à cidade de Altamira, numa região onde vivem pelo menos 500 mil pessoas. Aberta na década de 70, a Rodovia Transamazônica só tem 50% de sua extensão asfaltada e muitas pontes ainda são de madeira e estão em péssimas condições de trafegabilidade. Além disso, a maior parte da BR-230 possui pouca e deficiente sinalização, o que contribui para que os acidentes sejam inevitáveis. Tentamos contato com Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), porém fomos informados que o órgão está em recesso de fim de ano.

O Liberal

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