Desde o janeiro, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de 150 mil novos medicamentos para o tratamento de cerca de seis mil portadores de HIV/ Aids no Pará. A partir daí, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), tem trabalhado na distribuição do medicamento nos 23 pontos de Serviço de Atendimento Especializado (SAE) espalhados em todas as regiões do Estado.
O trabalho de prevenção também tem sido permanente. Na região metropolitana de Belém foram diagnosticados, no ano passado, 247 casos, 170% menos do que em 2013. A nova medicação inovará no tratamento, pois diminuirá o número de comprimidos, facilitando a assistência a quem necessita do rigor diário para controlar o vírus ainda na fase inicial.
“Desde o início do ano, o Ministério da Saúde passou a fornecer um grupo de medicamentos chamados de primeira linha para aqueles que estão iniciando o tratamento para o HIV e Aids. A primeira linha de medicamentos é composta de três substâncias, que eram distribuídas em medicamentos diferentes. Agora produzimos o que chamamos de ‘três em um’: são os três remédios num único comprimido. Com isso, o paciente, ao invés de tomar seis comprimidos ao dia, passa a tomar apenas dois, um pela manhã e outro pela noite”, explica a médica Deborah Crespo, coordenadora estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids.
Segundo ela, os novos remédios são voltados principalmente para o paciente que teve agora o diagnóstico e começou a fazer o tratamento antirretroviral. Existe uma distinção entre os paciente de HIV e o de Aids, por isso o medicamento pode trazer uma melhora de vida considerável ao paciente que está com o vírus inativo.
“Até poucos meses atrás tínhamos uma estratégia voltada apenas para o tratamento do paciente com o HIV/ Aids. Agora não tratamos apenas o indivíduo, que já chega com um comprometimento do sistema imunológico. Precisamos diferenciar o indivíduo que tem HIV daquele que tem Aids. O paciente com HIV é identificado como portador do vírus, mas que ainda não desenvolveu a doença Aids, ou seja, o seu sistema imunológico continua pleno e saudável”, explica a médica.
Segundo Deborah Crespo, o Ministério da Saúde mostra reforça a importância de iniciar o tratamento precocemente e não esperar o indivíduo adoecer ou pegar outras infecções. “Estudos mundiais já comprovaram uma melhor eficácia do tratamento precoce. Começar cedo significa melhor controle da doença e uma expectativa de vida semelhante a uma pessoa que não tem Aids”, detalha a coordenadora.
Aplicativo – A Sespa também tem investido em ferramentas tecnológicas para se aproximar dos jovens. Entre elas estão o AidsApp e o BelezApp, em que os jovens pode tirar dúvidas sobre os principais riscos da doença. “Essa é uma doença com que temos de ter uma preocupação muito grande, principalmente com o público jovem. O governo tem todo um cuidado especial com as informações que são repassadas a esse público. Uma das melhores formas de alcançar esse segmento é com a ferramenta tecnológica”, diz Deborah Crespo.
Com a AidsApp, desenvolvido pela Sespa, é possível ter acesso a informações importantes da doença, como contágio e formas de prevenção. O BelezApp tem informações sobre os cuidados com tatuagens e piercings, que podem causar contaminações de hepatite e Aids. A Sespa já está criando um novo planejamento de prevenção à doença para ser aplicado nas escolas do Estado, mas qualquer cidadão pode acessar o site especializado da secretaria para obter mais informações. Os aplicativos também estão disponíveis para download no endereço apenas para a plataforma Android.
No site www.saude.pa.gov.br/aids, também é possível encontrar os endereços dos escritórios do Serviço de Atendimento Especializados em todos Estados. Eles são responsáveis por fazer o teste e o diagnóstico da doença, além de distribuir a medicação adequada por meio do SUS.
O novo medicamento três em um junta Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg) numa cápsula só, fato que facilita o tratamento, fortalece o sistema imunológico dos portadores, causa menos efeitos colaterais e, consequentemente, aumenta a eficiência da terapêutica.
AP
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