O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, disse ser evidente que populações extrativistas tiveram seu modo de vida e economia comprometidos com a instalação da usina de Belo Monte, em Altamira (PA). Ele informou que irá avaliar, junto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), órgão federal responsável por fiscalizar as condicionantes da hidrelétrica, como incorporar as reivindicações por compensações dessas comunidades no processo de licenciamento da obra.
“O ICMBio tem a obrigação de repercutir e apresentar o pleito ao Ibama”, afirmou Vizentin em entrevista concedida ao ISA após reunião com ribeirinhos e extrativistas, na quarta (15/4), em Brasília. O ICMBio é o órgão gestor das UCs federais.
No encontro, os extrativistas entregaram duas cartas em que descrevem como a construção de Belo Monte contribuiu para piorar o acesso à saúde pública, na perda de moradias e no aumento da exploração ilegal de madeira nas RESERVAS Extrativistas (Resex) Rio Xingu, Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio, Unidades de Conservação (UCs) federais localizadas na região da Terra do Meio, no sul do Pará (primeira carta; segunda carta). O mesmos documentos foram entregues ao diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Thomaz Toledo, na sexta-feira (17/4). O reconhecimento dos impactos de Belo Monte sobre as Resex pelo ICMBio e IBAMA é o primeiro passo para efetivar e orientar ações de compensação ambiental da obra nessas UCs.
Os presidentes das associações de moradores das três áreas viajaram dias de barco e avião para entregar os documentos pessoalmente.
Fonte: O Xingu - Com informações do ISA
Nenhum comentário:
Postar um comentário