Um
dia depois de anunciar recuos na reforma da Previdência, o governo
informou, nesta sexta-feira, que trabalhará com um rombo maior nas
contas públicas em 2018. A meta fiscal será um déficit primário
de R$ 129 bilhões para o governo central. O governo informou, ainda,
que o salário mínimo estimado para 2018 será de R$ 979. O valor
corresponde a uma alta de 4,5% frente ao salário mínimo vigente em
2017, que é de R$ 937.
Originalmente,
a equipe econômica havia indicado que a meta do ano que vem seria um
déficit primário de R$ 79 bilhões, mas esse número dificilmente
seria cumprido.
Por
isso, para evitar mais especulações, o presidente Michel Temer
ordenou à equipe econômica que anunciasse logo o novo número. A
meta fiscal é fixada no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
(PLDO), que tradicionalmente é enviada ao Legislativo no dia 15 de
abril. No entanto, Temer quis explicar logo ao mercado que está
trabalhando com números realistas e que o governo está comprometido
com o ajuste fiscal apesar das mudanças na reforma da Previdência e
na meta. Por isso, decidiu antecipar o anúncio.
Nas
últimas semanas, parte da equipe econômica defendeu uma mudança na
meta de 2018. Esse grupo alegava que, diante do fraco desempenho das
receitas e da dificuldade em enxugar despesas, a meta de R$ 79
bilhões já não era mais realista e deveria ser alterada logo.
Outro grupo, no entanto, acreditava que seria melhor mandar o PLDO de
2018 com a meta atual e esperar uma aprovação da reforma da
Previdência, o que daria um compromisso mais firme com a
austeridade.
O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a revisão do
rombo das contas públicas em 2018 se deve aos efeitos defasados da
crise econômica de 2015 e 2016, que impactaram a arrecadação. A
meta fiscal de 2019 também foi revista. Originalmente, o resultado
primário seria equivalente a zero. Agora, ele se transformou num
déficit primário de R$ 65 bilhões. Segundo Meirelles, as contas
públicas só voltarão ao azul em 2020, quando o governo espera um
superávit primário de R$ 10 bilhões para o governo central.
— O
que embasa esses números são os efeitos da crise em 2015 e 2016,
com efeito defasado na arrecadação — disse Meirelles.
Fonte:
Extra/O Globo
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