A
Secretaria de Estado de Educação (Seduc) colocará em prática
um novo modelo de Ensino Médio. Já aprovado pelo Conselho Estadual
de Educação (CEE) na última quinta-feira, 20, o Sistema
Educacional Interativo (SEI) integra o Plano de implementação do
Ensino Médio Presencial com Mediação Tecnológica.
O
SEI é uma das ações previstas no Pacto pela Educação para mudar
o padrão da educação paraense. Ao apresentar o plano ao CEE, a
Seduc informou que estudos apontam a necessidade de ampliação do
Ensino Médio Regular para que a educação alcance o patamar
projetado pelo Governo do Estado.
O
plano já havia sido apreciado pela Câmara Básica do CEE e na
quinta-feira foi definitivamente aprovado. A Seduc submeterá
regularmente ao CEE os passos de implantação do plano. A sessão
foi dirigida pela professora Suely Menezes, que tomou posse, na mesma
sessão, na presidência do Conselho. Da sessão participou o
secretário adjunto de Ensino da Seduc, José Roberto Silva,
representante da Secretaria.
O
SEI é uma Metodologia de Ensino e não uma Modalidade de
Aprendizagem. E adequa-se, automaticamente, a qualquer proposição
curricular do Ensino Médio. O sistema paraense tem como modelo
programa semelhante do governo do Amazonas. E segue políticas
expressas nos Planos Nacional e Estadual de Educação.
Fundamenta-se, assim, em um tripé de ordem normativa e política que
almeja a universalização do Ensino Médio.
A
execução do SEI é responsabilidade da Diretoria de Ensino Médio e
Profissionalizante, vinculada à Secretaria Adjunta de Ensino. E é
acompanhado pelo Escritório de Projetos da Seduc, que gerencia a
implantação do Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão de
Cobertura da Educação Básica do Estado do Pará, idealizado no
âmbito do Pacto pela Educação.
CRITÉRIOS
O
programa vai ser implantado, na primeira fase, em 144 localidades de
37 municípios que foram selecionados segundo quatro critérios: a
existência local de egressos do Ensino Fundamental; baixo Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH); dificuldades de acesso de professores e
condições de infraestrutura adequada para instalação das salas
que receberão as aulas via satélite, com apoio da internet para
interatividade.
De
acordo com esses critérios, destacam-se nove municípios do
arquipélago do Marajó, onde o histórico do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é baixo. A região, com muitas
dificuldades de acesso, será a mais beneficiada pelo SEI.
De
acordo com o plano, o SEI vai garantir a ampliação do Ensino Médio,
sendo prevista a abertura de aproximadamente 17 mil vagas no 1º,
2º e 3º anos, em localidades preferencialmente rurais, inclusive em
regiões de difícil acesso.
Contabilizando
apenas a infraestrutura tecnológica, a Seduc vai investir cerca de
18 milhões de reais, mas o investimento é bem maior,
considerando-se o custeio e a folha de pagamento de professores.
O
programa já começou a ser implantado. No início deste mês,
a Seduc abriu duas licitações para aquisição de equipamentos e
serviços de comunicação via satélite e internet. O planejamento
prevê que em agosto as aulas começarão a ser transmitidas para 144
salas de aula instaladas em localidades de 37 municípios.
INCLUSÃO
Os
conselheiros do CEE aprovaram o parecer da relatora do processo,
Suely Menezes. Ela disse que o SEI “é uma alternativa que já vem
com um tempo de atraso, sendo solução para inclusão de alunos em
áreas remotas do Estado, onde moram indígenas, ribeirinhos e
quilombolas”. Ela destacou as dificuldades do Estado para
levar educação a essas comunidades regularmente. E acrescentou: “O
SEI atende exatamente esses pequenos grupos e, assim, é um processo
de inclusão”.
O
Secretário Adjunto de Ensino, José Roberto Silva, disse que o SEI
será implementado a partir de 2018, mas neste ano, as aulas vão ter
o caráter de recuperação de conteúdos para os estudantes que
farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
No
primeiro ano de funcionamento, o SEI mobilizará 338 professores (48
atuarão no Centro de Mídia, em Belém e 290 nas localidades),
Selecionados internamente, serão treinados para ministrar as aulas
com recursos tecnológicos e para dar apoio presencial aos alunos,
informou Roberto Silva.
Por: Rose Barbosa
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