Uma
luta que já completou cinco anos. 153 famílias que viviam na Gleba
Bacajaí, região da Volta Grande do Xingu, aguardam um
posicionamento da Norte Energia e do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária, O INCRA. Acostumados a viver da
pesca e da agricultura, os antigos moradores tiveram que sair do
local para que uma condicionante pela construção da Hidrelétrica
Belo Monte fosse cumprida, - a demarcação da terra indígena Arara.
Uma área de vinte e três mil hectares. Sem condições básicas
como alimentação, transporte e trabalho, estas pessoas fizeram uma
reunião na tarde de sábado (01). Elas pretendem tentar outros meios
para conquistar o direito à indenização e moradia.
O
encontro do movimento dos direitos dos agricultores das Glebas do
Ituna, Bacajá e Bacajaí, aconteceu na sede da associação de
moradores do Bairro Jardim Independente I, Ambaji. Dona Iracy,
pescadora e indígena da etnia mundurucu, divide a casa com o
companheiro. Eles vivem com um salário mínimo mensal. Na
expectativa de aumentar a renda e sem poder continuar com a profissão
que teve por toda a vida, ela começou a catar latinhas na rua. Um
acidente, durante a nova atividade, lhe tirou a visão.
Com
o apoio de uma advogada, os moradores reclamam da demora da justiça
e pretendem ter acesso a seu direito por meio dos governantes. Uma
minuta será encaminhada para a assembleia legislativa do estado.
Mas, ainda não se pode falar em prazo, o que se espera com esta ação
é agilidade.
Flaviano,
agricultor, diz que se não fosse o filho que está empregado e a
esposa, que costura, já estaria vivendo na rua. Por diversas vezes,
os moradores pressionaram o INCRA ocupando a sede do órgão em
Altamira. Como resposta, o instituto propôs que as famílias
sejam reassentadas para uma área de Senador José Porfírio, há
aproximadamente 100 km de onde moravam.
Reportagem:
Juliana Carvalho
Fonte:
Valde do Xingu
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