No
início de outubro, o escritório local da Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Altamira,
na região da Transamazônica, emitiu 50 Declarações de Aptidão
(DAPs) ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
– Pronaf, para que indígenas das etnias Kararaô, Xikrin, Chipaia
e Arara possam comercializar seus produtos diretamente para o governo
ou com subsídios deste, por meio dos Programas de Aquisição
de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A ação
teve o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da empresa
Unyleya.
Os
documentos permitem que os indígenas também tenham acesso a todas
as outras políticas públicas da agricultura familiar, como o
crédito rural. As principais atividades nas oito aldeias
contempladas são o extrativismo da castanha-do-pará e do látex e a
pesca artesanal no rio Xingu, além de trabalho com açaí nativo e
mandioca.
De
acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Francisco Alexandre
Queiroga, responsável pela ação, a inclusão dos indígenas nos
mercados governamentais fortalece a cadeia produtiva e incentiva o
desenvolvimento sustentável. “Hoje esses indígenas vendem sem
garantia de preço mínimo ou contrato, o que gera instabilidade e
prejuízos. Fornecer para a merenda escolar e para a Conab –
Companhia Nacional de Abastecimento tem impacto positivo em todo o
sistema de produção e melhora desde qualidade de vida até
qualidade dos produtos em si”, resume.
Até
o fim do mês, mais 80 DAPs para indígenas das mesmas aldeias devem
ser emitidas.
Por
Aline Miranda
Nenhum comentário:
Postar um comentário