Brasil Novo Notícias: Amonpa e OAB produzem manifesto contra a mineradora Vale em Parauapebas

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Amonpa e OAB produzem manifesto contra a mineradora Vale em Parauapebas

Foto: Drone / HD Produções / Pebinha de Açúcar
As insatisfações contra a mineradora Vale pela indiferença e falta de consideração para com a população e a cidade de Parauapebas provocaram mais uma manifestação espontânea de segmentos que se preocupam com o futuro da cidade, tendo à frente a Amonpa (Associação dos Moradores Nascidos e Criados em Parauapebas, Identidade e Cidadania) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil – subseção Parauapebas), subscritas ainda pela Câmara Municipal de Parauapebas, Conselho da Comunidade, Associação Central dos Moradores dos Bairros Jardim Ipiranga e Tropical I e II, Associação dos Moradores do Bairro Nova Carajás, Sindicato de Educação do Estado do Pará – subsede Parauapebas, Simetal e Sintracpar, que soltaram manifesto em nome da comunidade de Parauapebas, onde em sete páginas fazem uma análise fria da falta de realização de obras que a Vale deveria ter desenvolvido em favor da comunidade, bem como relatam os males que a mesma tem provocado no desenvolvimento da cidade, em virtude da falta de cumprimento com os compromissos assumidos.
O documento acusa a Vale de ser responsável por calote em diversas empesas, falência e fechamento de outras, provocando desemprego em massa e trazendo grande prejuízo para a vida empresarial da cidade, bem como denuncia a política prejudicial ao trabalhador, que tem a cada dia que passa o seu salário achatado.
No manifesto os subscritores pedem diversas informações sobre o funcionamento da empresa na região, levanta diversos questionamentos e termina sugerindo a realização de ações como a realização de seminários, fóruns, debates, audiências públicas e outras movimentações das autoridades e população, visando reverter o estado caótico que a empresa vem provocando no município.
Comunidade não é contra Vale
Em determinado trecho do documento está bem explícito: “Que fique claro que a comunidade de Parauapebas NÃO É CONTRA que a mineradora Vale explore os minérios, mas pedimos que tenha apenas os lucros possíveis e não lucrar ao máximo possível, deixando atrás de si um rastro de misérias, prejuízos e impactos de ordem econômica, social e ambiental, e um povo sem rumo e sem perspectivas, apenas porque é uma empresa nacional? Não, a Vale não é apenas uma empresa nacional, ela é uma empresa multinacional, a 2ª ou 3ª mineradora do mundo. Sabemos que toda empresa privada visa lucro, mas nesse caso, que o lucro seja o possível, após contribuir, efetivamente, com sua responsabilidade social, devendo incluir em sua planilha de custos os preços para cumprir essa responsabilidade”.
Enviando às autoridades
O documento foi enviado para os dirigentes da Vale em Carajás, ao presidente da empresa no Rio de Janeiro, a todos os deputados federais da bancada do Pará, para o Ministro das Minas e Energia, presidência do Senado, presidência da Câmara Federal, principais órgãos da comunicação da imprensa nacional, ongs e entidades envolvidas direta e indiretamente com a problemática da mineração e do meio ambiente a nível nacional e internacional.
Campanha de conscientização
A campanha de conscientização das autoridades e população sobre as faltas que a mineradora Vale vem cometendo contra o município teve início no último dia 3 na Câmara de Vereadores, quando diversos edis fizeram pronunciamento denunciando irregularidades na mesma, bem como decidiram por criar Comissão Processante de Investigação (CPI) a fim de apurar os fatos, bem como criar também duas comissões com a função específica de acompanhar os trabalhos que a Vale vem desenvolvendo na implantação do ramal ferroviário, que tem trazido grande insatisfação e preocupação para a população, bem como outra comissão para acompanhar e fazer levantamento dos danos que a empresa tem causado ao meio ambiente, inclusive com a suspeita de ser a responsável pela interferência no lençol freático que culminou com a seca de uma barragem que existia na cidade há mais de 30 anos.

Fonte: Peninha de Açúcar

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