O agente da Polícia Federal Newton Hidenori
Ishii é um dos rostos mais conhecidos e inusitados da Operação Lava-Jato. Todo
preso que chega na carceragem de Curitiba, ou é transferido, aparece ao lado do
policial em toda e qualquer foto. Foi assim com José Carlos Bumlai, José
Dirceu, Marcelo Odebrecht, João Vaccari Neto, Pedro Corrêa, Ricardo Pessoa...
Todos com Ishii, que quase sempre está de óculos escuros e colete.
Com a prisão do senador Delcídio do Amaral
(PT-MS), a atenção dos leitores se voltou novamente para Ishii por conta do
diálogo gravado entre o parlamentar; Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró;
Bernardo Cerveró e Diogo Ferreira, chefe de gabinete de Amaral. Ribeiro afirmou
que Ishii, rotulado por Ferreira como “japonês bonzinho”, é o responsável pelo
vazamento da delação premiada do ex-diretor da estatal, além de o acusar de
vender informações. Na tarde de hoje, a Polícia Federal no Paraná vai ouvir
Cerveró para apurar o vazamento da delação. Ishii também deve depor, em outra
data.
Newton Ishii já foi preso com outros cinco
agentes pela própria Polícia Federal em 2003, durante a Operação Sucuri, no
Paraná, suspeito de integrar uma organização criminosa acusada de contrabandear
grande quantidade de mercadorias para o Paraguai. À época, o Tribunal Regional
Federal (TRF) negou o pedido de habeas corpus dos policiais federais presos.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF),
os denunciados deixavam de fiscalizar táxis e vans conduzidos por outros
integrantes da quadrilha, responsáveis pelo transporte das mercadorias do
Paraguai para o Brasil.
De acordo com o blog Expresso, da revista
Época, Ishii responde a processos criminal e civil, além de uma sindicância.
Ele foi reintegrado pela Polícia Federal com confiança da direção.
Nesta semana, a prisão do senador Delcídio
do Amaral (PT-MS) revelou um áudio em que o parlamentar teria supostamente
citado o agente da PF como “o japonês bonzinho” que vende informações para
revistas.
Mais sobre o assunto:
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Fonte: Portal Terra
Mais sobre o assunto:
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Ishii conduz Marcelo Odebrecht para a prisão, em junho |
O áudio que levou para a prisão o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves pode ajudar a elucidar parte dos vazamentos acerca da Operação Lava Jato.
Em um trecho da conversa, Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, e
Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, afirmam que um
agente da Polícia Federal vende informações sigilosas.
O diálogo ocorre após Delcídio relatar aos interlocutores ter visto, com André Esteves, uma cópia da minuta da delação premiada negociada por Cerveró com os procuradores. O senador petista discute o teor do material, lamenta o vazamento e diz não saber quem vazou. Ele, então, ouve de Edson Ribeiro: "É o japonês. Se for alguém é o japonês". Diogo Ribeiro, chefe de gabinete de Delcídio, que também estava na conversa, complementa. "É o japonês bonzinho".
Delcídio pergunta quem seria o "japonês bonzinho" e o advogado de Cerveró diz: "É. Ele vende as informações para as revistas". Na sequência, o senador petista diz que a figura em questão é "o cara da carceragem, ele que controla a carceragem", informação confirmada pelo filho de Cerveró.
Mais tarde, o grupo volta a falar dos vazamentos. Edson Ribeiro levanta suspeitas sobre Sergio Riera, advogado de Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema da Lava Jato, Alberto Yousseff, doleiro que assinou acordo de delação premiada e sobre o "japonês", nas palavras de Bernardo Cerveró. A degravação feita pela PF traz o nome "Milton", mas no áudio é possível ouvir que Edson Ribeiro fala em "Nilton".
Em julho, o blog Expresso, da revista Época, destacou a presença do agente da Polícia Federal Newton Ishii em diversas das prisões de detidos da Lava Jato na superintendência da PF em Curitiba. Ishii é chefe do Núcleo de Operações da PF em Curitiba e tem um passado conturbado.
Funcionário da corporação desde 1976, Ishii foi expulso da PF em 2003, acusado de corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas. Desde então, o agente já foi reintegrado, com "confiança da direção da PF", segundo a publicação, mas ainda seguiria respondendo processos criminais, civis e uma sindicância.
No pedido de prisão de André Esteves e Delcídio do Amaral, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manifesta preocupação com o fato de o banqueiro ter tido acesso à delação de Cerveró. "Essa informação revela a existência de perigoso canal de vazamento, cuja amplitude não se conhece", diz o PGR. "Constitui genuíno mistério que um documento que estava guardado em ambiente prisional em Curitiba/PR, com incidência de sigilo, tenha chegado às mãos de um banqueiro privado em São Paulo/SP". De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a Polícia Federal vai investigar o vazamento da delação de Cerveró. Segundo a publicação, o ex-diretor da Petrobras informou à cúpula da PF que só ele, seus advogados, familiares e procuradores tiveram acesso. Ainda conforme o jornal, Ishii disse a colegas que seu nome estava sendo usado como "cortina de fumaça" para manchar a Operação Lava Jato.
Fonte: Carta Capital
O diálogo ocorre após Delcídio relatar aos interlocutores ter visto, com André Esteves, uma cópia da minuta da delação premiada negociada por Cerveró com os procuradores. O senador petista discute o teor do material, lamenta o vazamento e diz não saber quem vazou. Ele, então, ouve de Edson Ribeiro: "É o japonês. Se for alguém é o japonês". Diogo Ribeiro, chefe de gabinete de Delcídio, que também estava na conversa, complementa. "É o japonês bonzinho".
Delcídio pergunta quem seria o "japonês bonzinho" e o advogado de Cerveró diz: "É. Ele vende as informações para as revistas". Na sequência, o senador petista diz que a figura em questão é "o cara da carceragem, ele que controla a carceragem", informação confirmada pelo filho de Cerveró.
Mais tarde, o grupo volta a falar dos vazamentos. Edson Ribeiro levanta suspeitas sobre Sergio Riera, advogado de Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema da Lava Jato, Alberto Yousseff, doleiro que assinou acordo de delação premiada e sobre o "japonês", nas palavras de Bernardo Cerveró. A degravação feita pela PF traz o nome "Milton", mas no áudio é possível ouvir que Edson Ribeiro fala em "Nilton".
Em julho, o blog Expresso, da revista Época, destacou a presença do agente da Polícia Federal Newton Ishii em diversas das prisões de detidos da Lava Jato na superintendência da PF em Curitiba. Ishii é chefe do Núcleo de Operações da PF em Curitiba e tem um passado conturbado.
Funcionário da corporação desde 1976, Ishii foi expulso da PF em 2003, acusado de corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas. Desde então, o agente já foi reintegrado, com "confiança da direção da PF", segundo a publicação, mas ainda seguiria respondendo processos criminais, civis e uma sindicância.
No pedido de prisão de André Esteves e Delcídio do Amaral, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manifesta preocupação com o fato de o banqueiro ter tido acesso à delação de Cerveró. "Essa informação revela a existência de perigoso canal de vazamento, cuja amplitude não se conhece", diz o PGR. "Constitui genuíno mistério que um documento que estava guardado em ambiente prisional em Curitiba/PR, com incidência de sigilo, tenha chegado às mãos de um banqueiro privado em São Paulo/SP". De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a Polícia Federal vai investigar o vazamento da delação de Cerveró. Segundo a publicação, o ex-diretor da Petrobras informou à cúpula da PF que só ele, seus advogados, familiares e procuradores tiveram acesso. Ainda conforme o jornal, Ishii disse a colegas que seu nome estava sendo usado como "cortina de fumaça" para manchar a Operação Lava Jato.
Fonte: Carta Capital
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