O senador Flexa
Ribeiro (PSDB-PA) defendeu, nesta terça-feira (12), que o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atue como órgão
intermediador entre a Prefeitura de Altamira e o consórcio de empresas
responsável pela construção da Usina de Belo Monte, a Norte Energia, para que
sejam concluídas todas as obras previstas no projeto.
A
implantação da usina está condicionada a compromissos que o consórcio e o
governo federal assumiram com o órgão ambiental para obter e manter a
autorização do empreendimento, garantindo sua sustentabilidade ambiental.
Entretanto, muitas obras importante para a comunidade que sofre o impacto da
construção ainda estão inacabadas. O assunto foi tratado na reunião realizada
pela subcomissão temporária que acompanha as obras da usina hidrelétrica de
Belo Monte.
Um
dos principais pontos de discussão foi o hospital geral do Bairro Mutirão, no
município de Altamira (PA), que não funciona apesar de já estar pronto. O
hospital, escolas municipais e outras obras de infraestrutura na cidade e
região estão previstas nas condicionantes estipuladas para a Norte Energia,
como forma de atender a população impactada pelo projeto.
O
prefeito de Altamira, Domingos Juvenil, exigiu que todas as obras inacabadas sejam
concluídas, como o asfaltamento das ruas de acesso ao hospital. No entanto, o
presidente do consórcio, Duílio Diniz, afirmou que, neste caso, o empreendedor
não teria obrigação de fazer a manutenção e a operação do hospital, pois
estaria substituindo o papel do Estado.
Para
Flexa Ribeiro, que preside a subcomissão, é essencial que haja uma mediação no
embate.
—
Eu continuo lamentando e dizendo que nós vamos esgotar 2018 e vamos continuar
discutindo os mesmo pontos todas as vezes; é conversa de surdo e mudo. Nós
precisamos de ter um órgão independente que possa mediar esse entendimento
entre a Norte Energia e Prefeitura de Altamira. E, para mim, é o Ibama —
afirmou.
A
diretora de licenciamento ambiental do Ibama, Rose Hofmann, que assumiu o cargo
recentemente, destacou que o foco deve ser a efetividade do licenciamento
ambiental.
—
A pergunta certa é se o empreendimento é viável e não se as condicionantes
foram cumpridas. O cumprimento de condicionantes por si só não dá direito
líquido e certo a emissão de uma licença. Essa é a proposta da nova gestão que
é tirar o foco do papel e olhar para a prática, olhar se o licenciamento está
funcionando ou não está funcionando – disse ela.
Também
foi destacada durante o debate a não conclusão do reassentamento de 570
famílias afetadas pela construção da usina e de ligações de água e esgoto em
Altamira.
Participaram
do encontro representantes do governo, do Ministério Público e de movimentos
sócias.
Até
agosto será feita outra reunião para que a Norte Energia apresente um novo
relatório, definindo quais condicionantes já foram cumpridas e o prazo para
concluir as que ainda estão em andamento.
Fonte: Agência Senado
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