Brasil Novo Notícias: Após reintegração de posse determinada pela justiça sem-tetos permanecem em área invadida há 24 dias

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Após reintegração de posse determinada pela justiça sem-tetos permanecem em área invadida há 24 dias

Na última sexta-feira, 06, o juiz da Comarca de Uruará, Vinícius de Amorim Pedrassoli, expediu uma ordem de reintegração de posse da área urbana, no Bairro Vila Brasil, invadida no dia 19 de agosto de 2013 por 33 famílias de sem-tetos. Em entrevista a reportagem o juiz disse que o processo ainda não terminou apesar da liminar de reintegração de posse deferida. “Quanto à reintegração de posse ficou verificado que existiu uma invasão organizada em determinados terrenos da área urbana e tendo os requisitos para a gente deferir a reintegração de Possi, a justiça assim que foi demandada a gente determinou que fosse reintegrada aos antigos donos do terreno. 
A justiça não tem nenhum interesse de estimular esse tipo de atitude, que a gente entende que é ilegal anarquista e inversa contra os direitos de propriedade, contra os bons costumes da sociedade”. Segundo o juiz os sem tetos podem recorrer da decisão. “Eles podem contratar um advogado e decidirem no processo se eles têm direito a posse do local. Eles podem tanto recorrer no Tribunal de Justiça quanto dentro do processo aqui na comarca de Uruará que eles têm o melhor direito que os antigos proprietários. A decisão liminar ela é dada de acordo com elementos no início do processo, então no início do processo a outra parte configurou melhor os elementos pra gente deferir uma liminar. Foi deferida a liminar de reintegração, a gente determinou que os invasores saíssem do local e agora será decidido no processo que não foi encerrado ainda”, enfatizou o meritíssimo. Sobre o cumprimento da liminar ele foi claro. “Ordem judicial é para ser cumprida e se não for cumprida a gente vai usar a força se necessário”, conclui Pedrassoli.

Os Sem-tetos já informaram que não irão recorrer da decisão por falta de recurso para pagar um advogado. Uma dos líderes que invadiram a área, Édina Conceição Coelho, de 27 anos, disse que não há como as famílias pagarem um advogado, ela contou ainda como foi a reunião que os Sem-tetos tiveram com o prefeito de Uruará, Everton Moreira, na manhã desta segunda-feira, 09. “Nós fomos recorrer ao prefeito em busca de uma solução melhor e em troca o que ele falou para a gente que nós teríamos que desocupar a área, que ele não tinha condição de comprar área nenhuma e que a prefeitura não tinha condição de comprar área para a população, ficou na mesma, porque a gente foi em busca de uma resposta melhor e o que a gente recebeu foi um não. A gente optou por ficar aqui assim mesmo. O que a gente ficou mais indignado foi que ele não nos procurou primeiro e foi passando logo o caso para o juiz, deixou a gente investir primeiro pra depois ele vim querer tirar a gente. Tiramos da boca dos filho pra investir aqui. Ele disse que essa área aqui é para fazer uma creche ou um posto de saúde. Disse que é pra gente recorrer, mas como é que a gente vai recorrer sendo que pobre não tem condição de pagar advogado para recorrer na justiça e bater de frente com advogado da prefeitura, pobre não tem condição. A gente vai ficar aqui e ver se eles vão mesmo derrubar os nossos barracos, vamos persistir no que a gente quer. Se nós tivéssemos condições de pagar um advogado nós compraríamos uma data e construiríamos a casa para morarmos”, disse. Na reunião o prefeito sugeriu que os sem-teto fizessem um abaixo assinado pedindo o apoio da população e é o que eles farão de acordo com Édina. “A gente vai fazer um abaixo assinado, ele falou pra gente perguntar para a população se ela prefere a creche ou a gente morando aqui, que se o povo assinasse o abaixo assinado ele assinava embaixo e nós poderíamos ficar aqui. A gente não quer brigar, a gente não quer guerra, a gente só que um pedaço de terra pra fazer um barraco e ficar de baixo”, finalizou.
De acordo com a resposta dada aos sem-tetos na reunião com o prefeito do município a prefeitura não tem como ajudar as 33 famílias e elas terão que sair da área.


Por: Joabe Reis
Fonte: Sistema Regional de Comunicação

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