BRASIL NOVO NOTÍCIA: No aniversário de Altamira, morador relembra momentos históricos da cidade que marcaram sua vida

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

No aniversário de Altamira, morador relembra momentos históricos da cidade que marcaram sua vida


Sentado na varanda de sua casa, Francisco Braga de Oliveira, de 84 anos, pensa sobre a Altamira de hoje, uma cidade que o viu crescer, mas que hoje ele a enxerga apenas na memória, já que a idade avançada lhe tirou a visão. Ao lado da esposa dona Eládia Silva de Oliveira, recorda os momentos históricos da cidade, que completa hoje 104 anos de idade. Estes momentos se misturam com a história deles próprios, dos filhos, netos e bisnetos.

Altamira foi reconhecida como município em 6 de novembro de 1911. Vinte e três anos depois, no dia 23 de outubro, nasce seu Braguinha, ou Chico, como também é conhecido. Ao lado da mãe e dos irmãos e, posteriormente, da esposa e dos filhos, percorreu grande parte da região da cidade.

Quando menino, cortava lenha e carregava água do Rio Xingu para abastecer a sua casa e de vizinhos próximos. A cidade, na época, tinha não mais que duas ruas. Em sua trajetória, foi pescador, trabalhou muitos anos na extração da borracha e conheceu como a palma de sua mão as matas locais.

Conheceu figuras como o prefeito José Edson Burlamaqui de Miranda, em 1958, que o ajudou financeiramente para que Chico pudesse tratar-se de uma enfermidade adquirida em confronto com indígenas. Sua esposa, Dona Eládia, aos 22 anos, tratou-se de uma enfermidade, inclusive passando por cirurgia, no Hospital Municipal São Rafael, recém-inaugurado.

A memória de seu Braguinha parece permanecer intacta, pois recorda-se, inclusive, da quantidade de carros que havia na cidade no ano de 1965: dezesseis. Ele conta ainda que a Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes era a pista de pouso da cidade. Chico diz que apenas em 1975,Altamira começou a crescer e tomar forma.

Entre os anos de 1966 e 1982 viveram na capital do Estado, mas a saudade falou mais alto e eles retornaram para a terra natal. Hoje o casal quase não reconhece na Altamira atual, a cidade de sua juventude, que se transformou ao longo dos anos.

Não faltam “causos” a este paraense que hoje repassa sua história para os seis filhos – tiveram nove, mas três já faleceram -, 15 netos e 16 bisnetos. “Ainda temos a ferramenta utilizada para extrair o leite da seringueira”, conta ele antes de oferecer um cafezinho e se perder em lembranças.


O XINGU

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