O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
gravou um vídeo para ser exibido em ato a favor do jornalista Glenn Greenwald,
editor do site The Intercept Brasil,
na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) na noite desta terça-feira, 30.
No
vídeo, o deputado defende o sigilo de fonte do jornalista como uma dos pilares
da liberdade de imprensa. O site, que revelou diálogos entre procuradores do
Ministério Público Federal envolvidos na Operação Lava Jato e
entre estes e o então juiz Sergio Moro,
hoje ministro da Justiça, disse que recebeu o material de uma fonte anônima.
Após
a prisão de quatro homens acusados de terem invadido o celular de Moro e outras
autoridades, na semana passada, um dos detidos, Walter Degatti Neto, disse que,
por meio da ex-deputada Manuela D´Ávila (PCdoB), conseguiu o contato de Glenn e
repassou a ele o material – o site não confirma.
“Nos últimos dias, passamos a viver uma grande polêmica
depois da prisão do tal hacker sobre a questão dos dados, de quem é a responsabilidade”,
disse Maia no vídeo. “Tem uma questão primordial e é a base desse debate, que é
o sigilo de fonte. No nosso país, Brasil democrático, estado democrático de
direito, o sigilo da fonte é uma questão constitucional”, completou.
O
presidente da Câmara defendeu que os detidos sejam investigados e, se forem
culpados, punidos, mas completou. “Por outro lado, um agente público que vaza
informações sigilosas que estão sob seu comando também comete um crime”.
Não ficou claro a quem se referia, mas tanto Moro quanto
os procuradores da Lava Jato já foram acusados de permitir o vazamento de
informações sigilosas. O ministro, especificamente, foi bastante criticado
quando divulgou o grampo de uma conversa entre a então presidente Dilma
Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia sido obtido
dentro de um processo judicial.
No
final do vídeo, no entanto, Maia ponderou que sua manifestação não era a favor
do editor do The Intercept. “Não é a favor do Glenn, mas da nossa liberdade de
expressão”. Quando o vídeo do presidente da Câmara foi exibido, houve vaias e
gritos de “golpista” no início – após pedido da mesa, a plateia se acalmou e,
no final, houve também aplausos.
No ato da ABI, havia cerca de 3.000 pessoas (vídeo
acima), entre os presentes no local dos discursos e os que se espalhavam pela
calçada. Houve manifestação na rua a favor da liberdade de expressão e de Glenn
Greenwald. Pouco antes do evento, também houve uma pequena concentração de
apoiadores do presidente Jair Bolsonaro protestando contra o jornalista (veja
vídeo abaixo).
Entre os presentes no apoio a Glenn e ao site The Intercept Brasil, estavam celebridades como o músico Chico Buarque, o ator Wagner Moura, a atriz Camila Pitanga, o rapper Marcelo D2, o cineasta Silvio Tendler e políticos de partidos como PT, PSOL e PDT. Um deles, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi saudado aos gritos de “juiz ladrão”, referência ao que ele disse ao ministro Sergio Moro durante uma audiência na Câmara.
Entre os presentes no apoio a Glenn e ao site The Intercept Brasil, estavam celebridades como o músico Chico Buarque, o ator Wagner Moura, a atriz Camila Pitanga, o rapper Marcelo D2, o cineasta Silvio Tendler e políticos de partidos como PT, PSOL e PDT. Um deles, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi saudado aos gritos de “juiz ladrão”, referência ao que ele disse ao ministro Sergio Moro durante uma audiência na Câmara.
![]() |
O ator Wagner Moura discursa em evento na ABI, no Rio em defesa da liberdade de expressão e do jornalista americano Glenn Greenwald (Fernando Molica/VEJA) |
Por: Fernando
Molica e José Benedito da Silva
Fonte: VEJA
Nenhum comentário:
Postar um comentário