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quarta-feira, 31 de julho de 2019

IML LIBERA 21 DOS 58 CORPOS DE VÍTIMAS DO MASSACRE NO PRESÍDIO DE ALTAMIRA, NO PARÁ

Na terça-feira (30), 15 primeiros corpos foram identificados e liberados. Peritos trabalham para identificar os corpos carbonizados.

O Instituto Médico Legal (IML) liberou, nesta quarta-feira (31), mais seis corpos de vítimas do massacre que deixou 58 pessoas mortas no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará. Os 15 primeiros corpos forma liberados na terça-feira (30 de julho). Os 21 corpos estão sendo armazenados em uma câmara frigorífica devido ao pouco espaço nas instalações do IML no município. A 58ª vítima foi encontrada carbonizada nos escombros do presídio na noite de terça.
Os mortos foram identificados como Efraim Mota Ferreira, 22 anos; Luilson da Silva Sena, 35 anos; Wesley Marques Bezerra, 21 anos; Adriano Moreira de Lima, 21 anos; Ismael Souza Veiga, 37 anos; Carlos Reis Araújo 23 anos; Jelvane de Sousa Lima, 35 anos; Josivan Irineu Gomes, 25 anos; Marcos Saboia de Lima, 28 anos; Rivaldo Lobo dos Santos, 20 anos; Josivan Jesus Lima; Evair Oliveira Brito; Deiwson Mendes Correa; Natanael Silva do Nascimento; Renan da Silva Souza; Cleomar Silva Henrique; Deusivan da Silva Soares; Eliesio da Silva Sousa; Josicley Barth Portugal; Valdecio Santos Viana; João Pedro Pereira dos Santos.
O IML informou, ainda que os peritos envolvidos no trabalho são médicos legistas lotados na Unidade Regional do Centro de Perícias Científicas de Altamira, com apoio de auxiliares técnicos, sendo seis médicos atuando nos exames necroscópicos. Os procedimentos foram encerrados às 18h30 de terça (30) e foram retomados às 6h30 desta quarta (31/07).
Ainda segundo o IML, peritos odontologistas forense e uma equipe de peritos criminais do Laboratório Genética Forense, do Instituto de Criminalística (IC) de Belém, foram enviados, pela tarde, para a realização de exames de DNA para a identificação dos corpos.
Na segunda-feira (29), detentos foram assassinados durante um confronto entre facções criminosas dentro do presídio. Líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). No local, 41 detentos morreram asfixiados e 16 foram decapitados, segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe).
Na terça, começaram a ser transferido para presídios federais oito líderes de facção, que estavam no presídio de Altamira. Outros oito estão sendo levados para ficar em isolamento e unidades prisionais de Belém, capital paraense. Mais 30 detentos serão distribuídos por cinco outras prisões do Estado.
As transferências, que iniciaram por volta das 9h30, devem ser concluídas até quarta-feira (31).
“O objetivo é tirar do mesmo ambiente as facções rivais. Já foram identificados e serão responsabilizados alguns dos envolvidos nas mortes. O policiamento na região de Altamira será reforçado, e também nas casas penais de Belém, onde faremos uma redistribuição dos internos como medida de segurança”, informou o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado.
Pedido de força-tarefa federal
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou nesta terça-feira (30) a atuação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) no Pará pelo período de 30 dias. De acordo com o Ministério da Justiça, a portaria será publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (31).
A decisão atendeu ao pedido do governador do Pará, Helder Barbalho, que solicitou ao menos 40 integrantes da FTIP para atuarem em atividades de guarda, vigilância e custódia de presos. De acordo com o governo do Pará, 10 agentes devem chegar no estado nesta quarta-feira.
Novas casas penais
Após o massacre e as informações divulgadas pelo relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apontam superlotação no presídio, o governo anunciou a ampliação das casas penais.
A conclusão do presídio no município de Vitória do Xingu, também na região de Altamira, terá capacidade para 306 presos adultos e 200 mulheres no regime fechado, além de 200 internos do regime semiaberto.
Segundo Helder Barbalho, a Norte Energia, empresa responsável pela construção do presídio — como obra de compensação ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte — garantiu que a unidade prisional será entregue em 60 dias.
Na manhã desta terça-feira (30), o Ministério Público do Pará disse em nota que cobra a conclusão de obras no presídio desde 2017. Em setembro de 2018, uma rebelião na mesma unidade prisional deixou toda a área do semiaberto destruída pelo fogo. Segundo o MP, a área ainda não foi reformada.
A promotoria de Altamira instaurou um inquérito civil para apurar a paralisação das obras do presídio e acelerar a sua conclusão junto aos órgãos responsáveis, incluindo a empresa Norte Energia, responsável pela construção.
Fonte: G1/PA

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