A
estrutura do Hospital de Campanha de Altamira, no sudoeste do Pará, já está
pronta. A empresa Projetar Engenharia, responsável pela montagem do hospital,
entregou a estrutura ao município, na última sexta-feira, 19 de junho, quase 10
dias antes do prazo final, que era no dia 30. Mesmo assim o local permanece com
as portas fechadas e sem previsão de abertura para iniciar o atendimento dos
casos de covid-19 da região do Xingu.
A construção desse hospital de campanha foi
definida em um convênio firmado entre a prefeitura de Altamira e o Governo do
Estado no dia 19 de maio.
De acordo com o convênio o Governo do Pará
entraria com o valor de R$ 5.997.600,00 (cinco milhões, novecentos e noventa e
sete mil e seiscentos reais) e a Prefeitura com uma contrapartida no valor de
R$ 1.058.400,00 (um milhão, cinquenta e oito mil e quatrocentos reais), para a
montagem e manutenção por um período de 90 dias do hospital, que tem 50 leitos
clínicos e 10 de UTI’s.
Na última sexta-feira, 19, a
prefeitura de Altamira informou que completou o processo licitatório para a
operação do hospital, com a contratação da Organização de Saúde. A empresa
ganhadora do pregão foi a SEMEAR IDEIAS E GESTÃO EM RESPONSABILIDADE SOCIAL
LTDA.
O problema é que, segundo denúncia de um dos
integrantes do Comitê Fiscalizador do Hospital de Campanha, Nelson Pacífico, o
endereço informado por essa empresa na cidade de Goiânia – GO, não existe. De
acordo com Nelson, que esteve naquela cidade, no sábado, dia 20, o endereço
informado como a sede da empresa, se trata de um prédio residencial. Além
disso, a sala comercial também não existiria.
Outro lado –
Em nota, divulgada nesta segunda-feira, a Prefeitura Municipal de Altamira
informou que em relação ao pregão realizado para contratação de empresa para
gerir o Hospital de Campanha do Estado em Altamira, teve como empresa vencedora
a SEMEAR IDEIAS E GESTÃO EM RESPONSABILIDADE SOCIAL LTDA, no entanto,
informamos que o contrato só é assinado a partir da análise dos documentos de
habilitação da empresa pelo setor jurídico. Nesse sentido ressaltamos que ainda
não há contrato celebrado, está sendo analisada a legalidade do procedimento
pelo setor jurídico, para então ser dado continuidade, como é feito em todos os
procedimentos licitatórios.
Falta
de planejamento – Além da denúncia sobre a
situação da empresa vencedora para gerenciar o hospital, o funcionamento do
hospital ainda esbarra na falta de recursos, porque segundo a prefeitura de
Altamira, até o momento não teria recebido nenhum centavo referente aos
repasses por parte do governo do Estado.
Enquanto o hospital
não tem data para funcionar, a região do Xingu que é composta por nove
municípios, já registrou (117) óbitos vítimas da covid-19, (3.683) casos
confirmados, (2.840) recuperados. Além disso, o comércio local está com as
portas fechadas há mais de 90 dias, devido ao município não ter se planejado
com a saúde pública e por até hoje não oferecer leitos suficientes para atender
aos pacientes que estão infectados com o vírus.
Por: Wilson
Soares
Fotos: Wilson Soares
Fonte: A Voz do Xingu
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