Segundo Datafolha, 44% dos moradores acham que cidade ficará pior
Violência, preços e trânsito pioram com inchaço populacional criado
pela maior obra de infraestrutura
Bênção ou flagelo? A usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu,
ainda divide opiniões em Altamira, típica cidade amazônica encravada no centro
do Pará.
Para 43% de seus moradores, segundo pesquisa Datafolha, a cidade
ficará melhor quando terminar a construção da usina, em 2019. Outros 44%
predizem que ela estará pior –um claro empate técnico (a pesquisa de opinião
tem margem de erro de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos).
Já quando se trata do presente e de ganhos pessoais, Belo Monte
conquista a aprovação da maioria dos altamirenses: 51% dos ouvidos acham que a
hidrelétrica lhes trouxe mais benefícios que prejuízos. A razão, óbvia, é a
geração de empregos, apontada por 66% como principal ponto positivo da obra.
INCHAÇO
A cidade vive uma espécie de “corrida do ouro” desde o início das
obras, há dois anos e meio. O empreendimento de R$ 30 bilhões fez a população
altamirense saltar de 100 mil, no Censo de 2010, para mais de 140 mil, na
avaliação da prefeitura.
Como resultado, a infraestrutura urbana, que já era precária, entrou
em crise. O trânsito piorou muito, com o inchaço súbito da frota de
motocicletas e a falta de fiscalização. Quase um terço dos entrevistados pelo
Datafolha dizem dirigi-las sem a necessária habilitação.
Quando a obra terminar e todas as 24 turbinas estiverem funcionando,
a capacidade instalada de Belo Monte será de 11.233 megawatts (MW). Mas, como
tem reservatórios pequenos, a usina vai gerar uma média de apenas 4.571 MW.
Folha SP/O XIngu
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