Acontece neste
sábado, 30, em todo o país, a mobilização em torno da 18ª Campanha Nacional de
Vacinação Contra a Gripe, que traz como tema “”Vacine-se contra a gripe e
viva com mais saúde”. O chamado Dia D corresponde às ações que serão
desenvolvidas pelas secretarias municipais de Saúde, que disponibilizarão as
doses nas Unidades Básicas e em outros locais que estarão
abertos especialmente para receber os postos volantes, a exemplo
dos centros comunitários, salões paroquiais, shoppings, supermercados e praças.
A campanha prossegue até o dia 20 de maio.
Para a ação,
em vigor desde o dia 18 de abril, o Ministério da Saúde disponibilizou ao
estado do Pará 1.846.400 milhão de doses, que devem ser aplicadas, de uma vez
só, somente em crianças entre seis meses a menores de cinco anos; pessoas a
partir de 60 anos; trabalhadores da saúde; povos indígenas; gestantes;
puérperas (mulheres até 45 dias após o parto); população privada de liberdade e
os funcionários do sistema prisional, além de portadores de doenças crônicas
clinicamente comprovadas.
Segundo
informe técnico da Divisão de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa), o Pará foi um dos 22 Estados que decidiram pela antecipação da
campanha, cuja meta é vacinar 80% das pessoas classificadas como prioritárias
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em virtude de serem comprovadamente
mais vulneráveis às infecções respiratórias causadas por vírus da gripe. A
vacina é segura e pode reduzir em 45% o número de internações por pneumonias e
em até 75% a mortalidade por complicações da gripe. A Sespa esclarece que todos
os municípios paraenses já possuem vacinas disponíveis para aplicação.
Para receber a
dose, o doente crônico deverá comprovar que tem direito à vacina apresentando
prescrição médica de indicação da dose ou receita do medicamento de uso
contínuo utilizado em seu tratamento. Caso o paciente não tenha nenhum desses
documentos, a orientação é que ele vá à unidade onde recebe tratamento e
solicite ao profissional de saúde que verifique seu cadastro nos programas de
acompanhamento do Sistema Único de Saúde. Por outro lado, trabalhadores de
saúde têm recebido a vacina nos locais onde atuam. A dose será ofertada apenas
para os profissionais que atendem pessoas com suspeita de gripe. Para este
grupo, será exigido um documento assinado pelo médico responsável pelo serviço
a que o trabalhador está vinculado.
Esclarecimento
A Sespa também
desmente algumas especulações difundidas nas redes sociais e na imprensa, como
as de que as doses seriam liberadas para pessoas de todas as idades e que o Dia
D seria uma segunda fase da campanha. Tudo não passa de boato: as vacinas
continuam restritas ao público-alvo da campanha e só são aplicadas uma vez ao
ano.
No Estado, a
campanha de vacinação contra a gripe comporta 2.506 postos de vacinação fixos,
além de 390 volantes e 62 fluviais, com 21.350 pessoas envolvidas, incluindo
2.048 equipes de vacinação. Além de 650 carros, também estarão disponíveis para
a campanha 42 barcos, 16 voadeiras e 29 motos.
Como
orientadora da Campanha, a Sespa recomenda que os profissionais das secretarias
municipais de Saúde estejam empanhados em convencer a população pela adesão à
campanha, pois a vacina concede imunidade após 15 dias da aplicação.
Nesse caso, as
grávidas são um desafio à parte, já que formam um grupo mais receoso e resistente
à ação. “Não há perigo. Pode se imunizar em qualquer período gestacional”,
recomenda Jaíra Ataíde, coordenadora estadual do Programa de Imunizações, ao
lembrar que a vacina só é contraindicada para pessoas com história de reação
anafilática prévia em doses anteriores ou que tenham alergia grave relacionada
a ovo de galinha e seus derivados.
Práticas de higiene
Além da
vacina, durante a campanha os órgãos de saúde intensificarão as orientações de
higiene que deveriam ser mantidas a rigor pela população para uma melhor
prevenção das síndromes respiratórias, como manter janelas abertas e ambientes
arejados, assim como lavar as mãos, já que a transmissão dos vírus Influenza
acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela
pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das
mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos,
nariz).
Os sintomas da
gripe são febre, tosse ou dor na garganta, além de dor de cabeça, dor muscular
e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar,
febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular
intensa e prostração. Diante desse cenário é bom procurar um serviço de saúde,
seja uma unidade básica ou o hospital credenciado ao plano de saúde do
paciente, o mais rápido possível.
Conforme as
recomendações do Ministério da Saúde, a vacina contra a gripe não é capaz de
eliminar a doença ou impedir a circulação do vírus. Por isso, as medidas de prevenção
são muito importantes, particularmente durante o período de maior circulação
viral, entre os meses de junho e agosto. Convém lembrar ainda que, mesmo
pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são
integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar
atendimento médico imediatamente.
Casos
No Estado do
Pará, segundo dados registrados entre 01 de janeiro e 19 de abril de
2016, foram notificados 224 casos de Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG), dos quais 86 foram confirmados para Influenza A (H1N1) em todo o
Estado – sendo 55 somente na capital.
Em 2016, foram
confirmadas oito mortes por H1N1 no Pará, sendo que
todas apresentavam comorbidades ou pertenciam ao grupo de risco, definido
pelo Ministério da Saúde. Os óbitos ocorreram em residentes dos seguintes
municípios: Belém (05), Novo Progresso (02) e Marituba (01). Em Novo Progresso
foram crianças indígenas menores de dois anos, com situação vacinal ignorada,
ambos residentes em aldeia localizadas nas proximidades do município.
A Sespa lembra
que os casos suspeitos de SRAG são notificados primeiramente pelas Secretarias
Municipais de Saúde para depois serem comunicados à Secretaria Estadual. Isso
inclui os casos atendidos por clínicas e hospitais que atendem pacientes com
planos de saúde.
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