Servidores
do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) denunciam que, por uma série de
desrespeitos, perdas e arrochos salariais agravados na atual gestão, estão
atravessando um dos piores momentos de sua existência.
De
acordo com o sindicato da categoria, os servidores chegaram ao limite da
paciência com o atual diretor-geral do órgão, Marcelo Guedes, quando “percebeu
que ele demonstra ausência e descompromisso com a melhoria da autarquia”.
Procurado pelo Ver-o-Fato, o Detran, por meio de sua assessoria de comunicação,
emitiu nota, refutando as acusações (veja abaixo).
Os
motivos de insatisfação, segundo o Sindtran, são vários, pois permanecem na
instituição “as velhas políticas do PSDB, que praticam nepotismo, tráfico de
influência e os velhos vícios do balcão de negócios, onde os nefastos
interesses privados usurpam o interesse público”.
Neste
mês de outubro, a Secretária de Administração e Planejamento havia confirmado
reunião com Guedes, além do secretário da Fazenda e o Sindicato dos
Trabalhadores do Detran para o dia 16 às 16h, mas, o diretor do Detran viajou
para Brasília, causando cancelamento da agenda. Conforme o sindicato, Guedes já
havia se ausentado da primeira reunião de negociação com o governo do Estado,
no dia 27 de agosto.
“Outros
comportamentos de descompromisso com o serviço público ficaram evidenciados
quando Marcelo Guedes extinguiu a Comissão Especial de Servidores da DTI; da
mesma forma não autorizou a publicação da comissão de vistoriadores requerida
em maio para fortalecer e modernizar a atividade de vistoria e tão pouco ele se
digna em aditar, por portaria, o prazo de funcionamento da comissão especial de
estudos para revisão das leis de estrutura organizacional e do PCCR (plano de
cargos e salários”, acusa o sindicato.
“Marcelo
Guedes deixou o Detran sem veículos por 90 dias, causando descontinuidade no
serviço público, o que afetou várias atividades e setores da autarquia e
demonstra comportamento ausente e incompetente quanto a gravidade dos números
financeiros, estatísticos e funcionais que indicam um rumo de evidente colapso
nos serviços prestados pelo Detran”, prossegue.
Na
avaliação do sindicado, “Guedes vive inebriado pelo poder, encastelado em seu
gabinete, de onde não sai para ver o drama e o sufoco que atravessam as áreas
sucateadas da autarquia e sequer vai à vistoria, que fica ao lado de sua sala”.
Para
o sindicato, Marcelo Guedes não prioriza questões importantes para os
servidores e para o fortalecimento do Detran. “É como se estivesse ali chocando
os ovos deixados pelo governo tucano de Jatene e Andrea Hass, com os contratos,
convênios e termos de cooperação herdados do PSDB”.
Diante
da posição do diretor, “os servidores e servidoras do Detran cansaram de
embromação” e acreditam que “já passou da hora de dar um basta nesses
adiamentos e protocolos burocráticos”. Por isso, “se não tem negociação, o
caminho é uma greve por tempo indeterminado”. Nesta terça-feira, 29, os
trabalhadores realizam manifestação em frente à sede do órgão, na Augusto
Montenegro.
A
resposta do Detran
”
A direção do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) esclarece que,
desde o início do ano prioriza o diálogo com os servidores, a fim de promover
uma parceria que ajude a identificar os problemas institucionais e estruturais
do órgão, acumulados durante anos.
A
direção-geral do Detran afirma serem improcedentes as alegações do Sindicato
dos Trabalhadores de Trânsito do Estado do Pará (Sindtran), e reitera que
manter aberto o canal de diálogo com o quadro de servidores não é apenas
obrigatório; é fundamental para reerguer a autarquia.
Também
é importante ressaltar que a Secretaria de Estado de Administração (Sead)
publicou no Diário Oficial, no último dia 24 de outubro, a Portaria nº 288, que
instituiu a Comissão de Servidores do Detran, a qual estabelecerá tratativas
acerca da realização de concurso público, que deverá ser aprovado pelo Grupo de
Trabalho de Ajuste Fiscal (GTAF), nos termos do Decreto 367, de 23 de outubro
de 2019, em seu artigo 3º. Essa iniciativa é fruto de compromisso assumido, e
já cumprido, pelo Governo do Estado com o Sindtran.
Segundo
a direção do Departamento de Trânsito, também já foram encaminhados estudos à
Diretoria Administrativa e Financeira e à Coordenadoria de Gestão de Pessoas,
para verificar quais setores devem atuar em regime de tempo integral ou ser
remunerados por horas extras, o que também será avaliado pelo GTAF, nos termos
do Decreto Governamental 367. Tudo isso reforça a disposição da direção-geral
em melhorar o funcionamento do órgão, solucionando suas reais pendências”.
(Fonte:
Ver o Fato)
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