Embargado pela Defesa Civil no início do ano, por falta de segurança na infraestrutura oferecida aos estudantes, o Instituto Federal do Pará corre risco de ser fechado de vez na região Transamazônica. O problema é a falta de consenso entre prefeitura de Altamira e Governo Federal.
Desde 2007 as atividades do IFPA foram retomadas na Transamazônica. Com sede em Altamira, sudoeste do Pará, o Instituto contratou na época mais de 40 profissionais para atuar no centro de educação, retomando desta forma o ensino profissionalizante na região. Hoje seis anos depois, o Instituto que deveria ser referência no Pará, conta com apenas 30% dos servidores. Para o coordenador da Fundação Viver Produzir e Preservar, FVPP, João Batista Uchoa, isso aconteceu por culpa da prefeitura de Altamira, na época administrada por Odileida Sampaio, PSDB. “Como a prefeitura ficou enrolando por cinco anos e não definiu a doação do terreno (sede embargada pela Defesa Civil), as obras que estavam sendo feitas para potencializar as ações do IFPA na região tiveram que ser paralisadas”, contou João Batista.
Através de negociações da sociedade civil organizada com o Ministério da Educação, MEC, foram disponibilizados R$15 milhões de reais para a construção de um novo instituto técnico, dessa vez, o Governo Federal doou uma área da própria União para construção do prédio, dentro da cidade de Altamira, localizada próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros. Porém surgiu mais um problema com a prefeitura de Altamira, agora administrada por Domingos Juvenil, PMDB. “Estamos correndo o risco de perder o recurso por conta novamente do impasse do terreno. A área em questão funciona uma fábrica de blocretes da prefeitura, que não quer permitir a construção do Instituto. Ou seja, o prefeito Domingos Juvenil não quer trocar a fábrica de blocretes por um centro de ensino técnico profissionalizante”, denuncia João Batista.
Ainda de acordo com João Batista, existe uma demanda na região de cinco mil estudantes que buscam por uma educação técnica, mas apenas 500 estão sendo atendidos. Com a construção do novo centro de formação na cidade, o problema seria resolvido em 90%. “A situação é muito preocupante, estamos buscando consenso entre as instituições do Governo e a sociedade civil para que o impasse possa ser resolvido, para que não percamos o investimento de R$15 milhões já liberados para a construção desse centro de ensino”.
Os 500 alunos que estão em processo de formação já estão prejudicados. Como não houve a doação do terreno, e a Defesa Civil embargou as instalações antigas do IFPA, os estudantes estão tendo que assistir às aulas nas salas da escola estadual Dairce Pedrosa Torres e Universidade Federal do Pará, Ufpa. “Temos o recurso para construir o Instituto dentro da cidade e temos o terreno, mas agora precisamos resolver o impasse com a prefeitura, caso contrário milhares de jovens da região ficarão prejudicados”, finalizou João Batista.
A prefeitura de Altamira até o momento não se manifestou sobre o assunto.
Fonte: O Xingu
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