Ação também foi
ajuizada contra o Governo do Estado, Antaq e o Ibama. Em caso de
descumprimento, será aplicado multa diária de R$ 100 mil.
Três portos do distrito de
Miritituba, em Itaituba, no sudoeste do
estado tiveram suas licitações suspensas, a pedido do Ministério Público
Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Pará (MP/PA). A informação
foi divulgada nesta quarta-feira (17), pelo MP.
O Ministério Público defende
que o licenciamento dos portos seja federal, e não estadual, e apresente
avaliações ambientais que levem em conta todos os megaempreendimentos previstos
para a região.
A ação foi encaminhada para a
Justiça Federal em Itaituba na última segunda-feira (15). Além das empresas
responsáveis pelos projetos dos portos, a ação foi ajuizada contra o Estado do
Pará, a União, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). Caso a Justiça acate o pedido do Ministério Público, e a decisão seja
descumprida, a ação pede a aplicação de multa diária de R$ 100 mil.
Impactos desconsiderados
Para a região sudoeste do Pará estão previstas uma série de ETCs, uma hidrovia, uma ferrovia e um complexo hidrelétrico. Mas segundo o MP, cada projeto está sendo licenciado isoladamente, por diferentes órgãos ambientais, sem considerar a soma e interação dos impactos desse conjunto de megaobras.
“A análise fragmentada ou
parcial destes aspectos que constituem o bem ambiental desvirtua a natureza do
instrumento, viciando o processo de licenciamento e tolhendo a sociedade do
direito/dever de proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado”, critica
a ação, assinada pelos promotores de Justiça Daliana Monique Souza Viana, Ione
Missae da Silva Nakamura, Lílian Regina Furtado Braga e Rafael Trevisan Dal Bem
e pela procuradora da República Janaina Andrade de Sousa.
Interesse da União
Segundo o MP, no caso das ETCs de Miritituba, os licenciamentos apresentam outra irregularidade: estão sendo realizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Segundo o MP, no caso das ETCs de Miritituba, os licenciamentos apresentam outra irregularidade: estão sendo realizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Além de não ser o órgão
competente para a emissão das licenças, a Semas estava permitindo uma série de
violações legais nos processos de licenciamento, denunciaram os membros do
MP/PA e MPF.
Indígenas e outras comunidades tradicionais direta e indiretamente impactadas não foram consultadas, uma pesquisa de campo com pescadores resumiu-se a entrevistas com dois deles, diz o MP. Além disso, uma empresa foi autorizada a deixar de estudar impactos em uma comunidade indígena, porque essa mesma empresa intuiu que os indígenas não seriam impactados e impactos a espécies de peixes e quelônios foram ignorados.
Indígenas e outras comunidades tradicionais direta e indiretamente impactadas não foram consultadas, uma pesquisa de campo com pescadores resumiu-se a entrevistas com dois deles, diz o MP. Além disso, uma empresa foi autorizada a deixar de estudar impactos em uma comunidade indígena, porque essa mesma empresa intuiu que os indígenas não seriam impactados e impactos a espécies de peixes e quelônios foram ignorados.
Fonte: G1/PA
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