Brasil Novo Notícias: Perícia científica do Pará identifica novas drogas circulando no Estado

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Perícia científica do Pará identifica novas drogas circulando no Estado

No ano de 2015, peritos do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves detectaram duas novas substâncias psicoativas circulando pelo Pará: Nbome e Metilona. “A primeira é um alucinógeno bem parecido com o LSD, que provoca alteração nos sentidos. A Metilona é um comprimido colorido que também deixa a pessoa transtornada”, explica a gerente do laboratório de toxicologia do CPC, Luciana de Melo. Esses entorpecentes estão no montante de um milhão de toneladas de drogas apreendidas pela polícia paraense no ano passado.

Responsável por periciar todas as drogas apreendidas pelas polícias Civil e Militar, o Laboratório do CPC Renato Chaves recebe com frequência amostras de entorpecentes para fins de flagrantes, com a emissão de laudos definitivos. A coordenadora do laboratório forense, Izameire Correa, informa que, entre as contraprovas analisadas, a cocaína e a maconha ainda lideram a lista das mais apreendidas.

Com uma equipe multidisciplinar de 20 peritos criminais, com formação em farmácia, bioquímica, biologia e biomedicina, o espaço funciona todos os dias, incluindo escalas de plantão de 24 horas. É composto pelas gerências de Exames Físicos, Químicos e Biológicos, de Toxicologia e de Instrumental, onde são feitas as perícias de drogas, pesquisas de fluídos biológicos, toxicologias e exames de DNA. O parque tem um dos laboratórios forenses mais modernos da região Norte (considerado o quinto melhor do país), com tecnologia e equipamentos de última geração que conferem mais agilidade, segurança e confiança aos laudos produzidos pela instituição.

Ao receber a amostra da substância para perícia, os profissionais emitem um primeiro laudo, provisório, e têm o prazo legal de dez dias para emitir o laudo final, mas as drogas são periciadas em menos de 24 horas e devolvidas às autoridades responsáveis. Nesse momento já é possível informar se o material é ou não entorpecente. Em seguida, o segundo laudo é elaborado, desta vez com o uso de um equipamento de cromatografia gasosa com espectrometria de massa capaz de identificar o grupo funcional da droga. “Com ele identificamos se a substância é um canabinóide como a maconha ou um alcalóide como a cocaína, anestésicos, medicamentos e ecstasy, por exemplo”, explica Izameire.
Balanço – Em 2015, o CPC investigou mais de 33 mil casos, 15 mil pelo Instituto de Criminalística e 18 mil pelo Instituto Médico Legal. Segundo a Polícia Civil, no ano passado, mais de uma tonelada de drogas foram apreendidas no Estado, resultado de ações de repressão ao tráfico de drogas das polícias Civil e Militar. Somente a Delegacia Especializada e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes apreenderam mais de 700 quilos de maconha e drogas derivadas, como o haxixe; e a cocaína e drogas derivadas, como óxi e crack.

Segundo o secretário adjunto de Gestão Operacional, Hilton Benigno, para este ano, foi estabelecida uma meta nacional de reduzir em 5% os índices de crimes como homicídios e tráfico de drogas nos Estados. “No Pará, 80% dos casos de homicídios têm alguma ligação com o tráfico, seja por briga entre gangues ou qualquer outro motivo que tenha ligação com o uso”, diz.

Investimento – Desde 2011, o Sistema Estadual de Segurança Pública vem investindo no aparelhamento das polícias para intensificar as ações de repressão ao tráfico de drogas. Entre os investimentos estão a aquisição de novas aeronaves do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) e aumento das bases de atuação do grupamento em todo Estado, além da ampliação da estrutura da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE), que passará a ser chamada de Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc). As obras de construção do novo prédio da Denarc, localizado na antiga delegacia do bairro do Telégrafo, estão em andamento, com previsão de inauguração até o fim deste ano.

Em novembro do ano passado, a Polícia Civil desmontou um laboratório de refino de cocaína que funcionava em um conjunto residencial no bairro do Coqueiro, em Ananindeua. No local, cinco pessoas foram presas em flagrante e dois quilos de pasta de cocaína e três quilos de barrilha (produto químico usado no refino da droga) foram apreendidos, além de 2.450 petecas de cocaína mais 70 petecas de maconha.

Mais recentemente, em dezembro de 2015, um submarino foi encontrado pela polícia em uma ilha no município de Vigia, no nordeste paraense. A embarcação seria usada por traficantes para transportar drogas para fora do Brasil.

AP

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