Cerca de 90 índios Munduruku invadiram o prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) no município de Itaituba, sudoeste paraense, no início da manhã desta sexta-feira (28), para exigir a demarcação da terra Sawré Muybu, ocupada pela etnia há mais de cem anos. Insatisfeitos com o andamento do processo, os indígenas iniciaram uma autodemarcação da área, abrindo quatro quilômetros na mata no último mês.
Segundo o líder da ação, Adalton Akay Munduruku, o único empecilho para a concretização do processo é a ausência da assinatura do presidente da Funai, contudo, a instituição alega que esta responsabilidade cabe ao Ministério da Justiça.
“A Funai já realizou todos os procedimentos, inclusive o estudo que viabiliza a demarcação da terra”, informou a assessoria de imprensa do órgão.
A ocupação, feita por homens, mulheres e crianças das aldeias localizadas no Alto e no Baixo Tocantins, ocorre de maneira pacífica. “Nós não queremos brigas, queremos dialogar e chegar a um acordo para a demarcação da área”, informou Adalton.
Segundo ele, os indígenas estão dispostos a ficar vários dias dentro do prédio, junto com os nove funcionários da Funai que são mantidos no local. “Eles ficarão com a gente. Podem sair para comprar comida e outras coisas, acompanhados de um guerreiro, mas devem voltar. Se for preciso, também dormirão aqui”, disse. Apesar do cárcere, Adalton garantiu que os funcionários estão tranquilos e colaborando com novas ideias para viabilizar o processo.
A demarcação da terra é importante para os indígenas porque pode impedir a construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, que está em fase de estudos ambientais, e caso seja concluída deve alagar a área que é ocupada por três aldeias Munduruku.
ORM News
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