Lideranças
foram ao Ministério da Justiça para cobrar a publicação da Portaria
Declaratória da Terra Indígena Sawré Muybu
Na manhã
desta terça-feira, dia 29, lideranças do povo Munduruku realizaram um protesto
em frente ao Palácio da Justiça, em Brasília, pedindo a demarcação da Terra
Indígena Sawré Muybu, no rio Tapajós, no Pará. A ação contou com a participação
de mais de 80 indígenas e com o apoio do Greenpeace Brasil e do Conselho
Indigenista Missionário (Cimi).
Foram
utilizadas grandes letras vermelhas para escrever, no gramado em frente à
entrada do prédio, a frase “Demarcação Já”. Também foram fincadas 180 flechas
no local, representando os dias do prazo administrativo – expirado ontem (28) –
para que o Ministério da Justiça defina sobre a publicação da Portaria
Declaratória da terra reivindicada como tradicional pelos Munduruku.
A insistência do
governo em construir hidrelétricas no rio Tapajós está no meio do caminho do
processo de demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu. São Luiz do Tapajós, a
maior das barragens planejadas, cujo licenciamento foi arquivado em agosto
deste ano, alagaria parte da Sawré Muybu, onde estão localizadas quatro
aldeias. No entanto, a Constituição Federal impede a remoção de povos indígenas
de suas terras, exceto em ocasiões emergenciais, e, nestes casos, garante a
eles o devido retorno.
Apoio – Mais de 1,3 milhão de pessoas ao redor do mundo se juntaram à luta dos Munduruku pela proteção do Tapajós. “Nós sabemos que a terra é nossa e vamos cuidar dela. A gente vive da terra”, explica Juarez Saw Munduruku, cacique da Terra Indígena Sawré Muybu. “Os brancos também sabem que aquela parte é nossa, mas mesmo assim não respeitam os nossos limites. A demarcação nos dá mais proteção para que invasores não entrem na nossa terra”, conclui ele.
Fonte:
RG 15/O Impacto e Jéssika Oliveira/Greenpece
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