Brasil Novo Notícias: INCENTIVO FINANCEIRO PARA MANTER FLORESTAS DIVIDE DELEGAÇÃO BRASILEIRA

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

INCENTIVO FINANCEIRO PARA MANTER FLORESTAS DIVIDE DELEGAÇÃO BRASILEIRA

Para Itamaraty, medida não incentivaria países compradores a seguir poluindo; para ONGs, desencorajaria proteção FOLHA,
Participante da conferência do clima protesta
por mais energias renováveis
Uma das propostas da diplomacia brasileira na Conferência do Clima da ONU, a COP-22, para implementar o Acordo de Paris está causando desespero nas organizações ambientalistas no país.
O governo não quer que os projetos de combate ao desmatamento no país gerem créditos de carbono, que poderiam ser comprados por outros países que não fizeram o suficiente dentro de casa.
O mercado foi criado no Protocolo de Kyoto e permite que os países possam bater suas metas pagando pelos esforços feitos em países em desenvolvimento. Na época, só os países ricos tinham metas. Agora, com o Acordo de Paris, todos têm suas metas, definidas nacionalmente, e qualquer país poderá comprar ou vender créditos de
O que é
É um mecanismo da Convenção do Clima da ONU que fornece incentivos financeiros para que os países em desenvolvimento conservem suas florestas carbono.
Para a regulamentação do mercado de carbono dentro do novo acordo climático, o Brasil propõe que as políticas de combate ao desmate não entrem no rol de atividades aptas a vender créditos.
Para ONGs que atuam no setor, a medida prejudica a proteção florestal no país ao tirar incentivos financeiros.
Para o governo, a injustiça é outra: o uso da preservação de florestas serviria como subterfúgio para que países ricos continuem emitindo.
Também há um argumento científico por trás do critério brasileiro de excluir as florestas
Como funciona
O país apresenta sua projeção sobre as emissões de carbono devido ao desmatamento e o quanto pretende reduzir. Se as políticas forem efetivas, ele recebe uma recompensa dos créditos de carbono. Thelma Krug, matemática que ocupa umas das vicepresidências do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, explica que o critério evita uma inversão de responsabilidades sobre as mudanças do clima.
“Dado que as maiores emissões de gases de efeito estufa estão historicamente relacionadas à queima de combustíveis fósseis, e não ao desmatamento e ao uso da terra, é no setor energético que devem se concentrar os esforços para manter o aumento da temperatura média global abaixo dos 2ºC”, diz,
Status hoje
Falta regular o mecanismo dentro do Acordo de Paris, definindo se ele integrará ou não o mercado de carbono. No Brasil, falta a implementação das políticas reforçando que a proteção florestal está condicionada à redução de emissões.

A distinção nas posições das ONGs brasileiras e do governo que negocia nas conferências climáticas gerou atrito em Marrakech, onde acontece a conferência.
Na segunda-feira, o debate tomou conta de uma reunião que ministros e diplomatas normalmente convocam para discutir sobre o avanço das negociações com todos os membros da delegação – incluindo membros dos ministérios do Meio Ambiente, das Relações Exteriores e da Agricultura, parlamentares, empresários e representares da sociedade civil.
O senador Jorge Viana (PTAC) leu um documento, com assinatura de oito parlamentares e 14 organizações ambientais (como SOS Mata Atlântica e Imazon), que apela para que o governo reveja a proposta que traz à COP-22.
O Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam) é um dos signatários do apelo e pioneiro na formulação de políticas que recompensam o sucesso no combate ao desmate, que viria a se chamar Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). Para o diretor-executivo do Ipam, André Guimarães, faltou diálogo na formulação da proposta brasileira.
Fontes do governo contam que o espaço para esse debate estava estabelecido desde março, com a criação da Comissão Nacional para Redd, mas as ONGs relataram surpresa ao se deparar com a proposta do Itamaraty para a COP-22, que não teria sido discutida no país.
Como o Acordo de Paris tem até 2018 para ser regulamentado, não há a expectativa de que esse critério seja definido ainda em Marrakech.
Um grupo de cientistas chineses tornou-se o primeiro a injetar, em um ser humano, células que contêm genes editados com a técnica CRISPR (pronuncia-se “crísper”), segundo a revista científica inglesa “Nature”. O paciente tem câncer de pulmão.
Esse sistema de edição de DNA é mais simples e preciso que os métodos tradicionais de manipulação do genoma e, por isso, se transformou na grande vedete das principais publicações científicas recentes.
No dia 28 de outubro, uma equipe da Universidade Sichuan, em Chengdu, fez a aplicação das células modificadas em um paciente com câncer de pulmão agressivo como parte do teste clínico no Hospital West China.
Os pesquisadores primeiro removeram as células de defesa do sangue do paciente e então desligaram um gene nelas usando o CRISPR. A técnica usa uma enzima que funciona como tesoura molecular, cortando o DNA. Um pequeno trecho de RNA (molécula “prima” do DNA) serve como guia, identificando onde o corte preciso tem que ser feito.
Os genes desligados fabricam a proteína PD-1, que normalmente freia a resposta imune da célula ao tumor, que por sua vez se aproveita dessa função para crescer.
A equipe chinesa então expandiu o número dessas células modificadas e as injetou novamente no paciente, que tem metástase de câncer de pulmão. A esperança é que, sem a proteína PD-1, as células editadas vão atacar e vencer o câncer.
O oncologista Lu You, que liderou o trabalho, afirmou à revista “Nature” que o tratamento ocorreu bem e que o paciente deve receber uma segunda injeção. A equipe planeja tratar dez pacientes, que receberão entre duas e quatro infusões das células. Eles serão monitorados por pelo menos seis meses para avaliação de efeitos colaterais. MAIS ESTUDOS Outros estudos que usaram células editadas com uma técnica diferente já haviam animado os pesquisadores. O uso do CRISPR provavelmente vai acelerar a corrida para usar células editadas em ensaios clínicos pelo mundo, segundo Carl June, especialista em imunoterapia da Universidade da Pensilvânia.
June também é consultor de um estudo americano que vai usar o CRISPR para selecionar três genes nas células dos voluntários, com o objetivo de tratar vários tipos de câncer. Ele espera que a pesquisa comece em 2017. No mesmo ano, outro grupo chinês espera começar três ensaios clínicos usando a técnica contra tumores de bexiga, próstata e rim.
Naiyer Rizvi, da Universidade Columbia, em Nova York, diz que a tecnologia é promissora, mas questiona o sucesso do estudo chinês, considerando que a técnica não é muito escalável, por ser personalizada. Ele duvida que o tratamento será superior ao dos novos imunoterápicos, que já usam como alvo a proteína PD-1 e têm obtido excelentes resultados.

Fonte: Folha de São Paulo

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