Ex-prefeito
deixou residência por volta das 8h20 desta quarta.
Fonte: Agência Brasil |
O
deputado Paulo Maluf (PP-SP), de 86 anos, se apresentou hoje (19)
pela manhã à Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste
de São Paulo, de acordo com o seu advogado, Antonio Carlos de
Almeida Castro, o Kakay. Maluf foi acusado de receber propina de
contratos públicos com empreiteiras no período em que foi prefeito
de São Paulo (1993-1996).
O
advogado informou que vai entrar, ainda hoje, com recurso no Supremo
Tribunal Federal (STF). O ministro Edson Fachin determinou que a pena
de mais de sete anos seja cumprida imediatamente, em regime fechado.
Paulo
Salim Maluf havia entrado com embargos de declaração para tentar
reverter a condenação, mas o recurso foi negado em outubro pela
Primeira Turma do STF. Depois, os advogados do parlamentar entraram
com novo embargo visando reduzir a pena, mas Fachin entendeu que o
novo recurso não seria mais cabível. A sentença contra Maluf
definiu também que o deputado perca o mandato parlamentar.
Entenda
o caso
Pelo
placar de 4 a 1, Maluf foi condenado em maio pela Primeira Turma do
STF. O colegiado entendeu que ele movimentou quantias milionárias em
recursos ilícitos localizados em contas nas Ilhas Jersey. Apesar de
julgar pela prescrição do crime de corrupção passiva, os
ministros votaram pela condenação por lavagem de dinheiro.
Segundo
a denúncia do Ministério Público, Maluf recebeu propina de
contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS. Os
recursos teriam sido desviados da construção da Avenida Água
Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. O custo total da
obra foi de cerca de R$ 800 milhões.
As
investigações se arrastaram por mais de 10 anos, desde a
instauração do primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na
primeira instância da Justiça. Os procuradores estimaram em US$ 170
milhões a movimentação total de recursos ilícitos. O Supremo
Tribunal Federal assumiu o caso após a eleição de Maluf como
deputado.
Defesa
Por
meio de nota, o advogado criticou a decisão de Fachin. Para o
defensor, por ter recebido um voto favorável por sua absolvição no
julgamento da Primeira Turma, o deputado deveria ter direito a
apresentar recurso ao plenário. Kakay disse que irá pedir à
presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para reverter a decisão
que negou a última apelação de seu cliente.
"Esta
decisão do ministro Fachin vem ao encontro deste momento punitivo e
dos tempos estranhos pelos quais passamos", disse o advogado.
"Confiamos que a presidência do tribunal devolverá o direito
do deputado de ver seu recurso ser analisado pelo pleno do Supremo"
finalizou Kakay.
Fonte:
ORM
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