Ao todo, 326 membros das Forças Armadas da Venezuela já deixaram
o país e fugiram para a Colômbia em busca de
ajuda humanitária, segundo informaram nesta terça-feira, 26, as autoridades
migratórias colombianas.
Esses militares se somam aos sete sargentos que
cruzaram a fronteira venezuelana com o estado de Roraima e pediram asilo no
Brasil desde domingo 24.
A grande maioria dos 326 oficiais que fugiram
para a Colômbia entrou no país pelo estado de Norte de Santander, onde fica a
cidade de Cúcuta, que no último fim de semana foi palco de cenas de violência.
Muitos militares também cruzaram a fronteira
pelos estados de Arauca, Guajira e, mais recentemente, por Valledupar,
Cartagena, Medellín e Bogotá.
Para o diretor-geral de Migração do país, os
militares não devem ser vistos como desertores, mas sim como migrantes que
fogem da ditadura de Nicolás Maduro em
busca de comida, tratamento médico e segurança.
“Embora algumas dessas pessoas tenham chegado
ao nosso país com armas, uniformes, ou como civis e suas famílias, todas elas
têm algo em comum, chegam à Colômbia com a esperança de um futuro”, disse
Christian Krüger em comunicado. “Por isso, nos articulamos para poder oferecer
assistência a essas pessoas que entenderam que é hora de dar lugar à liberdade
na Venezuela.”
Entre os que fugiram há membros da Guarda
Nacional, da Armada, da Polícia Nacional Bolivariana e das Forças Especiais
(FAES).
No domingo, as autoridades colombianas haviam
informado que 156 oficiais deixaram o Exército da Venezuela e
pediram refúgio em seu país.
O autoproclamado presidente da Venezuela e
líder da oposição, Juan Guaidó, já prometeu
conceder anistia a todos os militares que se alinharem ao seu governo e não tiverem
cometido nenhum crime contra a humanidade.
Apesar do fechamento da fronteira, alguns
venezuelanos ainda conseguem entrar e sair do Brasil e da Colômbia por rotas
chamadas de trincheiras, onde não há policiamento das forças de nenhum dos
países.
Desde sábado, centenas de pessoas ficaram
feridas na Venezuela e nas fronteiras do país em meio a intensos confrontos
entre as forças de segurança e manifestantes que pressionavam pela entrada da
ajuda humanitária.
A Força
Armada Nacional Bolivariana (FANB) tem efetivo de 123.000
militares disciplinados. Ou seja, os oficiais que abandonaram o Exército nos
últimos dias para o Brasil e a Colômbia são menos de 0,3% de seu contingente
total. Além disso, ocupam patentes mais baixas na hierarquia militar
venezuelana.
Apesar das recentes fugas, Maduro ainda conta
com o apoio de grande parte da elite militar venezuelana. As Forças Armadas são
uma das principais bases de seu regime e um dos fatores que explicam sua posse
para um terceiro mandato, em 10 de janeiro, apesar dos apelos internacionais
para que desistisse.
O pleito que o reelegeu, em maio de 2018, foi
considerado fraudado. O suporte dos militares também explica a resistência do
chavista em renunciar, como quer a oposição venezuelana, com o apoio dos
Estados Unidos, dos países do Grupo de Lima, entre os quais o Brasil, e outras
nações.
Por essa razão, Juan Guaidó, presidente da
Assembleia Nacional, insistente tanto em conquistar o apoio dos militares.
Fonte: MSN/VEJA.COM
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