BRASIL NOVO NOTÍCIA: Presa quadrilha suspeita de desviar R$ 10 milhões do seguro-desemprego

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Presa quadrilha suspeita de desviar R$ 10 milhões do seguro-desemprego

Grupo agia no TO e no PA; um servidor da Caixa foi preso em Palmas. Eles simulavam o desemprego e sacavam o benefício.


Delegados Fernando Paganelli e Danilo Robatto da Polícia Federal 
explicaram como o golpe era aplicado (Foto: Jesana de Jesus/G1)
Uma operação da Polícia Federal no Tocantins resultou na prisão de sete pessoas nesta sexta-feira (21). Elas são suspeitas de fazer parte de organizações criminosas que fraudavam o benefício previdenciário do Seguro-Desemprego. Em Palmas, duas pessoas foram presas, um servidor da Caixa Econômica Federal, de 44 anos, e a mulher dele, de nomes não divulgados. Outras cinco também foram presas em Redenção (PA). A suspeita é que elas tenham desviado pelo menos R$ 10 milhões.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Danilo Robatto, a quadrilha escolhia nomes de pessoas que tinham um vínculo empregatício válido e simulavam o desemprego. "Eles faziam pesquisas aleatórias e pegavam os nomes pela internet. Depois, através de uma empresa falsa criavam vínculos empregatícios. A quadrilha tinha acesso a senhas do Sine para realizar o requerimento do seguro-desemprego". O delegado disse que milhares de nomes podem ter sido usados na fraude. A polícia investiga se as pessoas são vítimas ou têm envolvimento com o crime.
Após esta etapa da fraude, que era praticada no Pará, os envolvidos repassavam os dados para o servidor da Caixa, em Palmas, para que ele efetuasse os saques. "O servidor desempenhava a função de caixa. Ele tinha acesso aos pagamentos do seguro. Após o saque, ele depositava na conta das pessoas envolvidas e pegava uma parte para ele", explicou o delegado.
Conforme as investigações, o dinheiro supostamente desviado pelo servidor era investido em bens, adquiridos no nome da mulher do funcionário. A suspeita é de que a quadrilha vem praticando o crime desde 2012. As investigações começaram após denúncia da Caixa. "Ele não fazia uma fraude num montante muito alto. Eram fraudes corriqueiras durante todo este tempo e começou a suspeitar dos valores. A caixa começou a investigar e repassou para a gente".
Segundo o delegado de investigação e combate ao crime organizado, Fernando Paganelli, além dos mandados de prisão preventiva foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nos dois estados. No Tocantins, foram apreendidos documentos, como comprovantes de depósitos, anotações de seguros-desempregos, além de quantia em dinheiro, veículos e uma moto aquática na casa do servidor da Caixa.
Os dois suspeitos serão ouvidos nesta sexta-feira e encaminhados para a Casa de Prisão Provisória e Cadeira Feminina de Palmas. Eles podem responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. Se forem julgados culpados podem pegar até 30 anos de prisão.
Conforme a Polícia Federal, além da operação Áspide (obra venenosa) feita no Tocantins, foi deflagrada também outra no Pará, a operação Justa Causa II. Lá, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão. O delegado explicou que são duas organizações diferentes, mas que agiam em conjunto e praticavam os mesmos crimes.

Fonte: G1/TO

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