A Emater e o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor), trabalham juntos uma tecnologia de melhoramento da qualidade das amêndoas de cacau na Transamazônica, utilizando estufas para a secagem do produto. A tecnologia apresenta viabilidade econômica porque evita a perda de peso da amêndoa, diminui o custo de produção e melhora a qualidade. A estufa tem capacidade de atender até cinco mil quilos ao ano quilos de amêndoa.
Dados técnicos observados em campo demonstram que a tecnologia reduz o tempo de secagem do cacau, possibilita o produtor ter amêndoa de qualidade e higiene e diminui o custo pós colheita. Tradicionalmente na região, o cacau é seco em lona e exposto ao tempo e no período chuvoso, que ocorre entre janeiro e junho, acaba levando entre 10 e 11 dias para que a amêndoa esteja seca, causando perda de peso entre 5% a 15% da produção e aumentando os custos com mão de obra em torno de 15%. Com a estufa o tempo de secagem é reduzido para quatro dias. “Acompanhando cacauicultores em campo percebemos que era necessário existir uma alternativa que diminuísse os custos com a secagem e também conservasse a qualidade da amêndoa”, disse o técnico da Emater, Sidevaldo Santana.
Atualmente na Transamazônica o cacau é a cultura consolidada com a maior viabilidade econômica, liquidez, além de fixar o homem no campo, por conta da exigência da mão de obra e de ser de colheita durante vários meses ao ano. Para a secagem da amêndoa alguns agricultores utilizam a barcaça, tecnologia que se torna onerosa para o agricultor familiar. Com a tecnologia adaptada a Emater e o Ideflor desenvolverem a estufa que utiliza lastro em tela sombrite (fio monofilamento) e cobertura em filme agrícola. Se comparado à barcaça o custo diminui em até 60% para a execução do mesmo trabalho.
Um projeto financiado pelo Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS- Xingu), proposto pelo Governo do Estado, 60 cacaicultores já foram atendidos com o kit de apoio ao melhoramento da qualidade da amêndoa, que é composto por uma estufa, um galpão, cocho de fermentação e uma roçadeira para os tratos culturais. O desenvolvimento da tecnologia conta com a participação do técnico do Ideflor, Israel de Oliveira.
Fonte: A Voz do Xingu
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