O ex-delegado de Polícia Civil de Altamira, Francisco Bismarck Borges Filho, foi exonerado por meio de decreto do governador Simão Jatene. O Processo Administrativo Disciplinar nº 2015/323218 apurou a responsabilidade do delegado no homicídio do microempresário Wellington Gutemberg Pinheiro de Oliveira, de 22 anos, ocorrido em 14 de maio de 2012, no município de Marabá, Sudeste do estado. O decreto foi publicado no último dia 8. Porém, a família da vítima afirma que a ordem governamental ainda não foi cumprida e que vai denunciar o caso ao Ministério Público do Estado. A Polícia Civil foi procurada, mas não se manifestou sobre o caso. Francisco Bismarck foi delegado em Altamira nos anos 2009 e 2010. Chegou a ser Superintendente da Polícia Civil, região Xingu.
O pai de Wellington, João Carlos Dias Feio, recordou que o delegado estava disfarçado de mototaxista e investigava um traficante que acreditava estar num cyber café. “Chegando lá (no cyber) ele abordou o meu filho, não se identificou como policial e nem identificou quem era o meu filho. Tentou levá-lo para fora do cyber, mas ele se recusou. Atirou na perna dele, atingindo a veia femural e o fêmur. Deu outro (tiro) na cabeça, mas errou, e o terceiro disparo acertou o abdômen, dilacerando vários órgãos. Ele executou uma pessoa inocente e desarmada. Foi uma tragédia. O policial não se preocupou em identificar quem tinha baleado. Largou o meu filho na porta do hospital e foi embora.”
Na época, o delegado era lotado em Marabá. O PAD foi realizado no ano de 2012, após a família da vítima denunciar o caso à Corregedoria. O decreto do governador justifica a demissão no exercício da função com imperícia, imprudência, negligência ou de forma arbitrária; no manuseio ou disparar, de forma culposa ou dolosa, de arma de fogo da qual tenha a posse; e na recusa em atender ocorrências passíveis de intervenção policial que presencie ou tome conhecimento, bem como portar-se de modo incompatível com as funções de policial, mesmo de folga. Todas violações previstas em vários artigos da Lei Complementar 22/1994.
“Alguma justiça começou a ser feita. Tivemos que acionar o Ministério Público do Estado para que entrasse com ação contra o delegado geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, a fim de que os autos do processo administrativo fossem encaminhados para o governador Jatene. O parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) foi favorável à demissão e o governador assinou o decreto”, diz João Carlos. Porém, o familiar afirma que Birmarck não teve a arma e as algemas tomadas e continua lotado na Delegacia Geral. “Estamos representando também contra a diretora de Recursos Humanos da corporação, Leomar Pereira.”
Fonte: O Xingu
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