Brasil Novo Notícias: MPF denuncia desvio de R$ 1,7 milhão da UFPA

quinta-feira, 30 de junho de 2016

MPF denuncia desvio de R$ 1,7 milhão da UFPA

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça grupo de 16 servidores públicos acusados pelo desvio de R$ 1,7 milhão em recursos federais destinados ao financiamento de projetos educacionais da Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA).
Os recursos foram desviados entre 2005 e 2009 na Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), gerenciadora das verbas. Foram denunciados servidores da fundação que na época atuavam como diretores, coordenadores técnicos de projetos e, principalmente, componentes de comissões de licitações.
A denúncia pelos crimes de peculato, formação de quadrilha e uso de documentos falsos foi encaminhada à Justiça Federal em Belém na última sexta-feira, 24 de junho. Caso condenados, os acusados podem ser punidos com até 22 anos de cadeia, pagamento de multas e reparação integral dos prejuízos aos cofres públicos.
Segundo investigações da antiga Controladoria-Geral da União (CGU), agora Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, o grupo incluía dados falsos em processos de licitações, o que permitia a participação de empresas fantasmas e a emissão de cheques para pagamentos de despesas e serviços não realizados. Os denunciados sacavam os cheques diretamente em agências bancárias.
As licitações não eram publicadas no portal da Transparência da Fadesp, não eram submetidas a pareceres jurídicos e não contavam com documentos essenciais, como comprovantes de entregas de convites a empresas licitantes e envelopes de habilitação e propostas.
“Em todos esses contratos restou evidente a fraude realizada visando o desvio dos recursos públicos, bem como a participação dos servidores ora denunciados, haja vista que todos atuaram no decorrer dos referidos contratos, sendo impossível a conclusão do ato criminoso sem que houvesse a participação de todos os indicados”, registrou na denúncia o procurador da República Alan Mansur Silva.

Passo a passo do modo de operação principal do grupo:

·         Coordenador de projeto educacional solicitava à Fadesp contratação de empresa para fornecimento de serviços ou materiais;
·         A Fadesp selecionava a empresa por meio de licitações irregulares, baseadas em documentos falsos fornecidos pela comissão de licitação;
·         A vencedora da licitação era, na maioria das vezes, uma empresa de fachada;
·         O grupo criava documentação falsa para parecer que os materiais ou serviços contratados haviam sido entregues;
·         As notas fiscais frias, referentes a esses produtos ou serviços, eram atestadas pelo coordenador de projeto;
·         Os cheques para pagamento desses serviços eram emitidos nominalmente para a própria Fadesp, e descontados em agências bancárias por integrantes do grupo de fraudadores.

 Denunciados:

·         Carlos Alberto Tabosa da Silva Júnior
·         João Farias Guerreiro
·         Marlene Perotes de Araújo Brabo
·         Selma Dias Leite
·         Cleidy Aparecida Alves Lopes
·         Marcelo Aguiar de Oliveira Costa
·         Marcela Rodrigues Marçal
·         Eliana Alzira Levy Gomes Fernandes
·         Ney Cristina Monteiro de Oliveira
·         Evanildo Moraes Estumano
·         Jacqueline Cunha da Serra Freire
·         Paulo Flávio Fonseca Bezerra
·         Joselina Alves Araújo
·         Rodrigo Gonzaga Lemos
·         Raimundo Alberto de Figueiredo Damasceno
·         Wanderléia Azevedo Medeiros Leitão
As informações são do Ministério Público Federal no Pará

Nenhum comentário:

Postar um comentário