O Pará registrou 4.010 casos
de dengue, 163 de zika e 127 de febre chikungunya entre os dias 1º de
janeiro e 24 de junho deste ano, segundo o nono Informe Epidemiológico de 2016
emitido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) sobre as ocorrências
confirmadas das três doenças que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Dos
municípios paraenses com maior ocorrência da dengue, Belém continua a
liderar o ranking, com 483 casos confirmados, seguida por Alenquer
(340), Oriximiná (288), Pacajá (206), Parauapebas (198), Tucuruí (175)
e Novo Repartimento (174). Em todo o Estado, não houve registro de mortes
por dengue em 2016. A Sespa orienta que as Secretarias Municipais de
Saúde informem num período de 24 horas a ocorrência de casos graves e mortes
suspeitas.
Para
a confirmação de óbitos é necessária a investigação epidemiológica com
aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que
prevê exames específicos em laboratórios credenciados do Estado – como o
Laboratório Central (Lacen) e Instituto Evandro Chagas (IEC) –, que são
preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Dengue. O procedimento
garante o correto encerramento de casos graves e óbitos no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
A
execução de ações contra a dengue é de competência dos municípios,
que devem cumprir metas, entre as quais destacarem agentes de controle de
endemias para fazer visitas domiciliares. Paralelamente, a Sespa faz o
monitoramento dos 144 municípios que receberam o incentivo do Ministério da Saúde
para vigilância, prevenção e controle da dengue, e orienta as prefeituras
quanto ao uso correto de inseticidas (larvicidas e adulticidas) para o
controle. A secretaria também faz visitas técnicas aos municípios para
assessoramento das ações do programa da dengue, além de apoiar a
capacitação sobre a febre chikungunya e zika.
Quando
há necessidade, a Sespa também faz o controle vetorial, como bloqueio de
transmissão viral nas localidades, e articula ações com órgãos municipais de
saneamento e limpeza urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação
adequada de resíduos sólidos. Também fazem parte das ações, atividades de
educação e mobilização, visando à participação da população no controle
da dengue.
Ocorrências – O vírus da febre
chikungunya foi confirmado por meio de critério laboratorial adotado pelo
Instituto Evandro Chagas. Em 2015, 14 casos importados da doença foram
confirmados no Pará. Os vírus da dengue, chikungunya e zika são
transmitidos pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti, e levam a sintomas parecidos,
como febre e dores musculares, mas as doenças têm gravidades diferentes, sendo
a primeira a mais perigosa. A dengue, que pode ser provocada por quatro
sorotipos diferentes do vírus, é caracterizada por febre repentina, dores
musculares, falta de ar e moleza. A forma mais grave da doença é caracterizada
por hemorragias e pode levar à morte.
A
chikungunya caracteriza-se principalmente pelas intensas dores nas
articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as dores articulares
podem permanecer por meses e até anos. Complicações sérias e morte são muito
raras. Já a febre por zika leva a sintomas que se limitam a, no máximo, sete
dias e não deixa sequelas. Este ano, não há registro de casos de morte
provocados pela doença no Pará.
A
Sespa também deixa claro que a preocupação com a zika segue os mesmos
procedimentos em relação à dengue e chikungunya. Só em 2015, foram
registrados 42 casos da doença no Estado. Neste ano, até o momento, 163
ocorrências foram confirmadas pelo IEC, mediante critério laboratorial. O
tratamento para a zika é apenas paliativo, de suporte e de correção de
sequelas. Logo, é preciso diminuir a incidência do mosquito transmissor. Em
2016, não houve morte por zika no Pará.
Por
Mozart Lira
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