Apreensões |
A Polícia Civil prendeu cinco
pessoas, em cumprimento a mandados judiciais de prisão preventiva e cumpriu
oito mandados de busca e apreensão, durante a operação "Último
Sorriso" deflagrada nesta terça-feira (29), em Tucuruí, sudeste paraense,
e na região metropolitana de Belém. Os presos são acusados de integrar uma
associação criminosa especializada na criação e divulgação de informações
falsas, conhecidas na linguagem das redes sociais como “fake news” (notícias
falsas em inglês). As vítimas das postagens falsas são empresários da região de
Tucuruí, juízes, promotores de Justiça e delegados de Polícia Civil. Os presos
são o major da Polícia Militar, Leonardo do Carmo Oliveira; a advogada Gláucia
Rodrigues Brasil Oliveira, esposa de Leonardo e ex-assessora jurídica da
Prefeitura de Tucuruí; Rômulo Aquino de Oliveira Cuppari; Fábio Campos
Nascimento e André Luis Fonseca Fontana.
O
casal Leonardo e Gláucia Oliveira já foi preso, no final do ano passado, pela
Polícia Civil, acusado de comandar um esquema de clonagem e venda de
carros roubados ou furtados e de liderar reintegrações ilegais de terras. SAIBA MAIS CLIQUE AQUI
A
operação foi realizada por policiais civis da Superintendência Regional do Lago
de Tucuruí, sediada em Tucuruí, em parceria com policiais civis do Núcleo de
Inteligência Policial (NIP), da Diretoria de Polícia do Interior (DPI) e da
Corregedoria Geral. Segundo o delegado Sandro Rivelino, titular da
Superintendência Regional, essa foi a segunda fase da operação Último Sorriso,
que resultou de mais de seis meses de investigações. Nesse período, explica o
delegado, a Polícia Civil identificou quem eram as pessoas que estavam por trás
de falsas notícias divulgadas em grupos de aplicativo de celular e em perfis da
rede social Facebook e que eram originárias da cidade de Tucuruí e de outras
cidades da região.
"As
notícias falsas eram usadas para atacar o Poder Legislativo do município de
Tucuruí, o Poder Executivo (Polícia Civil) e Poder Judiciário, por meio da
execração dos seus membros com atuação na cidade de Tucuruí e região. Os
ataques eram realizados por meio de publicações de postagens falsas e de 'memes'
(montagens digitais) em redes sociais e citavam os nomes das vítimas de maneira
criminosa", explica Rivelino. O objetivo da associação criminosa era
desestabilizar a ordem pública e implantar o descrédito nas instituições
responsáveis em investigar e punir envolvidos em crimes, e também em fatos de
repercussão na cidade de Tucuruí, mobilizando a opinião pública. "A
situação se tornou insustentável e o clamor social se açodou sobremaneira nos
últimos meses. Toda semana saia uma "fake news" nova que desestabilizava
a cidade", ressalta.
Durante
as investigações, salienta o policial civil, a Polícia Civil descobriu que as
postagens falsas eram criadas e distribuídas por um grupo formado por, pelo
menos, 12 pessoas. "Essas pessoas se reuniam articuladamente para praticar
crimes contra a honra de empresários, políticos, funcionários públicos e
membros de Poderes do Estado. Havia no grupo pessoas que desempenhavam as
funções de 'coletores', 'criadores' e 'difusores'. Todos com atuações
determinadas na produção e disseminação das notícias falsas", explica o
delegado. Os coletores, detalha o policial civil, eram as pessoas responsáveis
por “garimpar” informações e imagens na Internet para transformá-las em “fake
news”.
Esses
dados eram repassados aos criadores, que eram responsáveis em produzir as
postagens falsas, e formato de notícias falsas para grupos de aplicativo de
celular ou nos “memes” para Facebook. "Essas postagens eram repassadas a
uma rede de difusão que se retroalimentava através das redes sociais. Em pouquíssimo
tempo, a notícia falsa se espalhava por toda a cidade de Tucuruí, para outras
cidades do Pará e, até mesmo, para outros Estados da Federação", salienta
Sandro Rivelino. As postagens falsas geravam um clima de instabilidade na
cidade levando as autoridades públicas passavam a ser alvos de críticas da
população por conta do exercício de suas funções constitucionais.
Um
dos principais alvos das falsas postagens eram as investigações relacionadas a
crimes de repercussão na cidade, as quais passavam a ser questionadas pela
população, incentivando, dessa forma, as agressões verbais e a mobilização de
grupos populares que entravam em confronto nas ruas, ferindo a ordem pública e
conturbando a instrução de inquéritos policiais e ações na Justiça. Nesse sentido,
após inquérito policial extenso de mais 500 páginas, o Poder Judiciário de
Tucuruí expediu os 13 mandados judiciais que foram cumpridos. "Essa
operação demonstra que esse tipo de crime não ficará impune e que não há
anonimato para a Polícia", destaca o policial civil. As investigações
relacionadas à operação Último Sorriso continuam para apurar a existência de
pessoas que atuavam como financiadores da associação criminosa.
Fonte: PC/PA
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