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sexta-feira, 11 de maio de 2018

SUSPEITA DE RAIVA ESTÁ SOB INVESTIGAÇÃO

Exames laboratoriais ainda não definiram o que causou quatro mortes em povoado
Fonte: Agência Pará
Quatro crianças do município de Melgaço morreram com suspeita de raiva humana. Equipes da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) e Ministério da Saúde se deslocaram à cidade para investigar. Ainda não há confirmação laboratorial referente ao que teria ocorrido aos pacientes, informa a Sespa, mas os sintomas e indícios, seguidos de mortes, são indicativos da doença. 
Houve exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) para o diagnóstico de patologias neurológicas e infecciosas de quatro pacientes, todos com resultados inespecíficos. Também foi feita a coleta de soro para detectar meningite, além da raiva. As amostras ainda estão sendo processadas no Instituto Pasteur, em São Paulo, e no Instituto Evandro Chagas, em Belém, mas há alguns dias a população vem sendo aterrorizada nas redes sociais digitais com rumores sobre a raiva humana. Por alguns dias, a suspeita era de um surto de meningite ou encefalite
A Sespa foi notificada pela secretaria de saúde do município no dia 4 deste mês. O levantamento inicialmente aponta dez casos suspeitos. Todos são residentes na localidade de Rio Laguna, a 70 km da sede de Melgaço. Destes, dois pacientes estão internados no hospital da Fundação Santa Casa de Misericórdia, em Belém. São duas crianças, um de oito e outra de nove anos, ambas em estado grave. Há também um paciente no Hospital Regional de Breves e três no Hospital Municipal de Melgaço.
Todas as quatro crianças que morreram apresentam quadro semelhante: febre, dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos, como paralisia flácida ascendente, convulsão, disfagia, desorientação, hidrofobia e hiperacusia.
Atualmente, as equipes de saúde pública estão analisando prontuários e entrevistando familiares nas localidades de residência. Foram estabelecidos fluxos e protocolos para o manejo e referência dos pacientes, coleta e diagnóstico de investigação de doenças, com envolvimento da Vigilância em Saúde da Sespa, Ministério da Saúde, Santa Casa de Misericórdia do Pará, Hospital Municipal de Melgaço, Hospital Municipal de Breves, Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) , Instituto Evandro Chagas, Hospital Barros Barreto e 8º CRS.
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informou que Melgaço não tem histórico de casos de raiva humana. Equipes da instituição estão em campo, na região do Marajó, para controlar a população de morcegos hematófagos - os chamados morcegos vampiros, que se alimentam de sangue, atacam animais nas propriedades rurais e podem ser potenciais transmissores de raiva.
Entre as medidas tomadas pela Adepará estão a captura de morcegos e o deslocamento de técnicos para áreas com foco de vetores e doença, para vacinação. A agência também iniciou uma série de ações de educação sanitária com produtores rurais, moradores e servidores de órgãos públicos de Melgaço. O objetivo é alertar para a importância de informar à Agência e à Vigilância Sanitária qualquer suspeita da doença e ataques de morcegos a animais e seres humanos.
VÍRUS
A raiva é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus que contamina o homem e outros mamíferos. A transmissão ocorre, principalmente, por mordida de animais infectados, mas basta contato com a saliva ou sangue do animal para haver contaminação. Há vacinas para prevenir e também tratamento. Mas a partir da apresentação dos sintomas, a pessoa doente morre rapidamente.
Nos casos de ataque ao ser humano, a orientação é procurar imediatamente assistência médica em uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS). O médico deve avaliar se há necessidade ou não de medidas de profilaxia. A vacinação contra a raiva é importante para a prevenção da doença em animais e seres humanos.
Por parte da Sespa, ainda está sendo feita a liberação de vacina e soro antirrábicos humanos e vacina antirrábica animal, assim como material para controle seletivo de morcegos (quirópteros). Técnicos da Sespa e do Ministério da Saúde também fazem a investigação ecoepidemiológica, organização, planejamento e execução das ações necessárias.
Fonte: O Liberal

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