Brasil Novo Notícias: Ministro diz aos índios que não tem como parar Belo Monte

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ministro diz aos índios que não tem como parar Belo Monte


O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, reuniu-se ontem com parte dos índios que ocuparam o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte por cinco dias na semana passada. Ele garantiu a disposição do governo em manter diálogo permanente com os índios e evitar conflitos em processos de demarcação de terras pelo País. No entanto, negou que haja possibilidade de paralisação da construção da Usina de Belo Monte. \'Nós não temos medo do diálogo\', disse o ministro a uma plateia de cerca de 140 indígenas de seis etnias diferentes, na maioria Munduruku, que embarcaram de Altamira em dois aviões da força aérea brasileira.
O ministro lamentou as mortes recentes ocorridas em conflitos entre agentes do governo e moradores das comunidades indígenas e disse que o governo defende meios próprios para que as comunidades consigam se sustentar, sem depender, por exemplo, de venda de madeira ou garimpo ilegal. \'Não queremos a morte de vocês. Queremos a vida de vocês. Não queremos que vocês fiquem dependentes do garimpo ilegal. Nós queremos que vocês tenham meios próprios de viver, sem depender do garimpo ilegal. Nós reconhecemos o que o Estado brasileiro fez de errado contra vocês durante tantos anos\', disse Carvalho \'em uma conversa bem tranquila\', conforme ele mesmo definiu.
Sobre o canteiro da Usina de Belo Monte, palco recente de invasão indígena, o ministro informou ter conversado \'em uma reunião dura\' com o consórcio para exigir o cumprimento das condicionantes do empreendimento. \'Nós vamos cumprir todas as condicionantes. Está atrasado, é verdade. Tem muita coisa para fazer, tem muita coisa errada. Agora, o passado ensina a gente. E queremos acertar junto com vocês [indígenas]. Nós não queremos guerra. Nós queremos paz com vocês\', completou.
O ministro disse, ainda, que não poderia mentir para os indígenas, anunciando que o governo pode parar a construção da Usina de Belo Monte. \'Não tem como parar. O Brasil precisa daquela energia. Já foram gastos bilhões de reais. O que nós queremos é corrigir o que está errado lá\', disse, reconhecendo, em seguida, exageros nas operações da Polícia Federal e da Força de Segurança Nacional que resultaram em mortes de indígenas. \'A Força de Segurança não está aí para matar índio nem para prejudicar índio. Está aí para proteger, para fazer a segurança de vocês\'.
Gilberto Carvalho defendeu também a posição do governo para que outros órgãos do governo, e não apenas a Funai, seja consultada em processos de demarcação de terras indígenas. de acordo com o ministro, as consultas feitas a outros órgãos servirão justamente para \"fortalecer\" os pareceres técnicos da Funai. \'Nós queremos é fortalecer a Funai. Não tem nenhum interesse do governo em enfraquecer a Funai\', ressaltou.

Por: Thiago Vilarins, da Sucursal Brasília

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