Um dos primeiros moradores a
chegar na região onde hoje é o município de Uruará, o pioneiro Benvindo José da
Costa, 85 anos, que nasceu no estado da Bahia e tem uma propriedade rural no
quilômetro 147 da Transamazônica, margem sul da rodovia (BR230), zona rural de
Uruará, nos conta em entrevista sobre sua vinda para o município e como foi
viver nessa região da Amazônia enfrentando dificuldades depois de ter sido
trazido pelo governo federal no início da década de 1970. “Meu nome é Benvindo
José da Costa, nasci no estado da Bahia e vou fazer 86 anos no mês de agosto.
Eu cheguei na Transamazônica, aqui no município de Uruará no dia 29 de setembro
de 1972, vindo estado de São Paulo. Cheguei aqui já com família, apenas uma
filha nasceu nessa terra. Fui trazido pelo INCRA, eu já imaginava que aqui era
um lugar difícil porque ainda não tinha moradores, então eu já vim prevenido.
Sempre trabalhei na agricultura lutando com as dificuldades porque aqui não
tinha carro, pra viajar no outro dia você não sabia em que tipo de carro
embarcaria, se era cheio de arame farpado ou cheio de tambor de óleo. Nessa
minha propriedade eu plantei arroz, pimenta do reino, milho pra dá as galinhas
e hoje e tenho a lavoura de cacau. Eu sou muito contente em viver nessa região,
gosto demais. O município de Uruará desenvolveu muito, aqui não tinha nada.
Quando eu cheguei aqui só tinha a morada e a escola da dona Rita e o padre
Oscar que chegou depois e construiu uma igreja onde hoje é a cidade e daí pra
cá cresceu que eu nem imaginava que pudesse crescer tanto. Como divertimento o
pessoal fizeram um campo de futebol, o DNR chegou uns quatro anos depois, e nós
nos divertíamos através do esporte. Eu tenho 10 filhos e a mãe deles e minha
companheira, Jesuína dos Santos Costa, faleceu no ano 2.000, ela foi minha
companheira por 48 anos. Sou muito feliz com a minha família, graças a Deus,
quanto mais a família é grande, mais o amor é maior”, finalizou.
Por: Joabe Reis
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