Brasil Novo Notícias: Pescadores exigem indenizações, diz ISA

terça-feira, 3 de junho de 2014

Pescadores exigem indenizações, diz ISA


Cerca de 50 pescadores invadiram a reunião do fórum de acompanhamento do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS), que acontecia em Altamira (PA), na manhã de sexta-feira (30), segundo o Instituto Socio Ambiental, ISA.

Representantes do governo federal vêm à cidade uma vez por mês para participar dessas reuniões, que têm participação da sociedade civil, universidades, governo federal e Norte Energia S.A, concessionária da obra. A reunião tem sido alvo de protestos durante os últimos meses.

“Aterraram o rio, veio explosão, bomba e eles ainda têm dúvida se nós estamos sendo prejudicados”, reclama o presidente da Associação de Pescadores de Altamira, Lúcio Vale. Ele critica a falta de diálogo entre a empresa e os pescadores. “Nós já fizemos três paralisações este ano. Na hora de tirar a gente da estrada, eles prometem conversar sobre indenizações, o que não acontece”, diz.

Em maio, os pescadores mapearam os pontos de pesca perdidos e os principais impactos em cada área em que trabalham. Eles apontam redução significativa dos cardumes.

No licenciamento da obra, não há qualquer tipo de compensação por prejuízos individuais aos mais de três mil pescadores associados em Altamira e Vitória do Xingu, ambas na área de influência da obra.

Desde o início da construção da usina, a categoria vem exigindo indenizações por conta dos impactos sofridos. As explosões, luminosidade nos canteiros, bombas de dragagem e restrição de áreas de pesca são os principais motivos apontados pelos trabalhadores para os prejuízos em sua atividade.

A empresa dona da obra, Norte Energia, planeja pedir a Licença de Operação para a usina nos próximos meses. Com essa licença, estará autorizada a barragem definitivamente do Rio Xingu para a formação do reservatório da hidrelétrica.

Os pescadores exigem definir a compensação pelos impactos que dizem sofrer nos últimos três anos e que devem piorar depois do barramento. Eles brigam na Justiça por essas compensações.

Belo Monte possui uma engenharia diferente de qualquer outra hidrelétrica. As cavidades que darão lugar às turbinas estão sendo esculpidas em rochas. A Norte Energia informa que dois milhões de metros cúbicos de rocha já foram movimentados no leito do Xingu e mais de mil toneladas de explosivos foram consumidos entre 2012 e 2013.

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