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sábado, 29 de outubro de 2016

SUSPEITO DE MATAR FAMÍLIA NA ESPANHA TEVE AJUDA DE AMIGO NA PB, DIZ POLÍCIA

Foto: Diogo Almeida/G1
Um amigo do suspeito de matar uma família na Espanha foi preso em João Pessoa nesta sexta-feira (28). Marvim Henriques Correia, estudante de 18 anos, participou indiretamente do caso, segundo informações da Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds) da Paraíba. Com o suspeito, a polícia apreendeu um CPU, que foi apresentado como uma das evidências do caso.
François Patrick Gouveia confessou ter matado o casal de paraibanos Marcos Nogueira e Janaína Américo e os dois filhos deles, de 1 e 4 anos. Marvim teria dado dicas para Patrick via internet sobre como proceder no crime e os dois jovens chegaram a se encontrar duas vezes após a morte da família na Espanha. A informação é do delegado de homicídios de João Pessoa, Reinaldo Nóbrega.
Segundo o advogado de Marvim, Sheyner Asfora, ainda não há como concluir que o jovem teve participação efetiva na morte dos paraibanos na Espanha. Ainda segundo a polícia, o jovem não pode ser extraditado, por isso deve responder pelo crime no Brasil. Ele deve participar de uma audiência de custódia na segunda-feira (31).
A polícia cumpriu os mandados de busca e prisão no início da manhã desta sexta-feira na casa de Marvim, no Jardim Oceania, e apreendeu o CPU, o passaporte do jovem e um livro que conta a história personagens conhecidos historicamente pela perversão. O material foi enviado para a Espanha para ser incorporados à investigação da Guarda Civil.
Segundo os delegados, Marvim disse não ter dimensão da gravidade de seu envolvimento no crime, se mostrou arrependido e triste com a situação, mas colaborou esclarecendo alguns pontos. “Ele disse que não sabia que Patrick tinha capacidade de fazer isso”, disse Reinaldo.
Reconstituição na Espanha
Impedido de participar diretamente da reconstituição, Walfran acompanhou o processo do lado de fora do chalé, em Pioz, na província espanhola de Guadalajara. “Ele [Patrick] não mostra nenhum tipo de arrependimento, ele está super calado, frio. Em todos os depoimentos dele, é centrado, tranquilo. E isso até assusta a polícia pelo fato de ele não mostrar remorso”, declarou.

Patrick, sobrinho de Marcos Nogueira, se entregou voluntariamente à polícia espanhola no dia 19 de outubro e confessou o crime dois dias depois. Ele segue detido.
Segundo Walfran, durante a reconstituição, Patrick repetiu o que já havia dito em depoimento à Guarda Civil, a polícia federal da Espanha. “Ele não conta como matou as crianças, ele diz que esqueceu de como fez o ato com as crianças. E ele conta também que, antes de matar meu irmão, ele esperou meu irmão chegar e ficou conversando com ele 30 minutos lá no jardim da casa, na piscina, e, ao entrar na casa, ele disse que meu irmão virou pra ele e, automaticamente, ele atacou com uma facada. Já tinha matado as duas crianças e a mulher, Janaína”, relatou.
Antes de voltar ao Brasil, o irmão de Marcos explicou que teve acesso às informações da investigação que estão em segredo de justiça. “Tive acesso às fotos, que mostram a brutalidade que fizeram com minha família”, comentou.
Sobre uma provável alegação de insanidade mental de Patrick, Walfan disse que é natural haver um argumento da defesa. “Ele tem que se defender. Mas, vai ser examinado pelos médicos e peritos e ver se realmente ele tem isso mesmo. Acho difícil ele escapar dessa porque o crime chocou muito aqui na Espanha e o povo está querendo justiça”, declarou.
Relembre o caso
Os corpos de Janaína, Marcos e das duas crianças foram achados esquartejados em uma casa na cidade espanhola de Pioz em setembro, depois que um vizinho alertou sobre o mal cheiro perto da casa da família.

Após o início das investigações, a Justiça emitiu uma ordem de prisão europeia e internacional contra Patrick, mas até então o suspeito ainda não havia recebido nenhuma notificação sobre o mandado de prisão no Brasil.
Ele resolveu se entregar após o advogado dele, Eduardo de Araújo, voltar para o Brasil e explicar à família os detalhes do processo. O advogado informou que Patrick acredita poder se defender melhor das acusações na Espanha.
O advogado disse que ficou surpreso ao saber da confissão, uma vez que enquanto estava no Brasil, Patrick negava ter cometido o crime. “Foi algo que surpreendeu, na verdade, porque o Patrick volta para a Espanha alegando que precisaria estar lá porque teria melhores condições de apresentar suas versões do fato e se defender de suas acusações. Aqui, ele insistiu em sua inocência”, disse.
Julgamento
Na sexta-feira (21), a promotora-chefe de Guadalajara, Dolores Guiard, informou à agência EFE que pediu a prisão provisória de Patrick “pela gravidade dos fatos e a ausência de firmeza no país”, para assegurar assim a permanência dele na Espanha.

Sobre as possíveis penas, a promotora-chefe disse que o Código Penal estabelece que os assassinatos de crianças menores de 16 anos são penalizados com prisão perpétua, que pode ser revisada depois de um tempo.

As informações são do G1 Paraíba.

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