Decisão
sobre o novo calendário foi tomada ontem em reunião do Consepe.
As aulas do segundo semestre de 2016 na Universidade
Federal do Pará (UFPA) só serão retomadas no dia 2 de janeiro de 2017, com
previsão de conclusão para o dia 12 de abril de 2017. Dos 100 dias letivos
previstos, apenas 17 haviam sido cumpridos, até o dia 14 de novembro último,
data em que os professores da instituição de ensino superior deflagraram uma
nova paralisação, encerrada oficialmente na última segunda-feira, após 35 dias
de greve. Desse modo, faltam 83 dias, a serem completados nesse período.
A
definição do novo calendário de aulas após a greve ocorreu na tarde de ontem,
durante reunião do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).
A decisão contemplou a proposta da Associação dos Docentes da UFPA (Adufpa),
que mesmo antes do encontro anunciava sua intenção de que as aulas fossem
retomadas apenas em janeiro, embora ponderasse que as outras categorias
interessadas no processo - estudantes e diretores de unidades da instituição -
deveriam apresentar suas sugestões durante a reunião do Consepe.
A
paralisação do corpo docente da UFPA engrossou a série de protestos realizados
em todo o Brasil contra a Medida Provisória (MP) 746, que reforma o Ensino
Médio, e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que estabelecia um teto
para os gastos públicos e foi aprovada pelo Senado. A decisão de encerrar o
movimento foi tomada em assembleia realizada no dia 15 de dezembro, quando os
docentes analisaram o cenário político brasileiro, após a aprovação da PEC 55,
e decidiram recuar com o objetivo de reorganizar o movimento, levando em conta
o recesso do Congresso Nacional e as festas de final de ano. “Hoje, a gente
está retornando ao trabalho, mas ainda não há um calendário letivo”, observou
Josilene Mota, diretora da Adufpa.
Como
as aulas ainda não retornaram, a movimentação na UFPA foi tranquila na manhã de
ontem. Aluna do 2º ano do curso de Biomedicina, Lílian Spencer, de 19 anos, foi
ao Campus do Guamá para usar um laboratório do curso. Ela assegurou que a
mudança do calendário provocada pela greve e a possibilidade de retorno das
aulas em janeiro prejudicou seus planos de final de ano. “Eu não sou daqui. Ia
programar uma viagem para passar o Natal em casa, mas isso atrapalhou um pouco,
porque o calendário ficou mais apertado. Posso perder alguns dias de aula e
perder conteúdos importantes”, disse a jovem, que é de Cabo Verde.
Regiane
Padilha, de 27 anos, que está se formando em Nutrição e faz estágio em um
laboratório da UFPA, enfrenta outra realidade e considera que a greve não
interferiu em sua graduação. “O laboratório não parou, mas eu tenho colegas que
foram prejudicados por isso”, concluiu.
Fonte: ORM NEWS
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