Brasil Novo Notícias: Greve dos bancários começa nesta terça-feira no Pará

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Greve dos bancários começa nesta terça-feira no Pará

A categoria dos bancários de todo o Brasil entrará em greve por tempo indeterminado na terça-feira, dia 18. No Pará, mais de 8,5 mil profissionais cruzarão os braços, paralisando as atividades de 531 agências. Os trabalhadores não aceitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), de índice de reajuste de 6%. A decisão dos bancários paraenses foi tomada por ocasião de assembleia geral realizada no auditório do Complexo Cultural do do Sindicato dos Bancários.
Segundo nota divulgada ontem pelo sindicato, a decisão foi tomada em unanimidade. A entidade lembra que os funcionários do Banco do Estado do Pará (Banpará) já estão paralisados desde o dia 4 deste mês. Na segunda-feira, 17, véspera do começo do movimento paredista, a direção do sindicato deve conceder entrevista coletiva, oportunidade em que prestará os esclarecimentos acerca da decisão da categoria que é de dimensão nacional.
A presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, disse que a categoria não aceita que 'os bancos, que são as empresas que mais lucram no país às custas da exploração da mão de obra e da cobrança de taxas e tarifas exorbitantes dos clientes e usuários, ofereça reajuste de 6%, o que representa uma ganho real de apenas 0,58%. Exigimos respeito e valorização, queremos salários dignos e condições de trabalho decentes', disse.
Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários nas negociações com a Fenaban, falou que os bancários 'estão indignados com a postura dos bancos. São o setor mais rentável da economia, continuam batendo recordes de lucratividade mesmo maquiando os balanços, premiam seus altos executivos com remuneração milionária cada vez maior, enquanto pagam aos bancários salários mais baixos que nos países vizinhos e ainda fazem uma proposta de reajuste que é inferior a quase totalidade dos acordos salariais assinados no primeiro semestre por setores da economia menos rentáveis'.
De acordo com nota do comando de greve, os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC), tiveram R$ 25,2 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre, mesmo lançando nos balanços R$ 39,15 bilhões como provisões para devedores duvidosos.
Cálculos
Pesquisa do Dieese mostra que 97% dos acordos salariais firmados no primeiro semestre em todo o Brasil contêm aumentos reais de salário, quase todos acima da proposta de 0,58% apresentada pela Fenaban na penúltima rodada de negociação, no dia 28 de agosto. A proposta da federação, diz a nota, 'também é uma completa contradição com a política de remuneração anual dos altos executivos dos bancos'.
Os bancários informam que este é 'um contraste gigantesco com o piso dos bancários, hoje de R$ 1.400. Esse piso, que equivale a 681 dólares, é menor do que o salário de ingresso do bancário uruguaio (1.089 dólares) e argentino (1.200 dólares), segundo levantamento feito pela Contraf-CUT.
Fonte: O Liberal

Nenhum comentário:

Postar um comentário