Segundo nota divulgada ontem pelo
sindicato, a decisão foi tomada em unanimidade. A entidade lembra que os
funcionários do Banco do Estado do Pará (Banpará) já estão paralisados
desde o dia 4 deste mês. Na segunda-feira, 17, véspera do começo do
movimento paredista, a direção do sindicato deve conceder entrevista
coletiva, oportunidade em que prestará os esclarecimentos acerca da
decisão da categoria que é de dimensão nacional.
A presidente do Sindicato dos Bancários
do Pará, Rosalina Amorim, disse que a categoria não aceita que 'os
bancos, que são as empresas que mais lucram no país às custas da
exploração da mão de obra e da cobrança de taxas e tarifas exorbitantes
dos clientes e usuários, ofereça reajuste de 6%, o que representa uma
ganho real de apenas 0,58%. Exigimos respeito e valorização, queremos
salários dignos e condições de trabalho decentes', disse.
Carlos Cordeiro, presidente da
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
e coordenador do Comando Nacional dos Bancários nas negociações com a
Fenaban, falou que os bancários 'estão indignados com a postura dos
bancos. São o setor mais rentável da economia, continuam batendo
recordes de lucratividade mesmo maquiando os balanços, premiam seus
altos executivos com remuneração milionária cada vez maior, enquanto
pagam aos bancários salários mais baixos que nos países vizinhos e ainda
fazem uma proposta de reajuste que é inferior a quase totalidade dos
acordos salariais assinados no primeiro semestre por setores da economia
menos rentáveis'.
De acordo com nota do comando de greve,
os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa,
Santander e HSBC), tiveram R$ 25,2 bilhões de lucro líquido no primeiro
semestre, mesmo lançando nos balanços R$ 39,15 bilhões como provisões
para devedores duvidosos.
Cálculos
Pesquisa do Dieese mostra que 97% dos
acordos salariais firmados no primeiro semestre em todo o Brasil contêm
aumentos reais de salário, quase todos acima da proposta de 0,58%
apresentada pela Fenaban na penúltima rodada de negociação, no dia 28 de
agosto. A proposta da federação, diz a nota, 'também é uma completa
contradição com a política de remuneração anual dos altos executivos dos
bancos'.
Os bancários informam que este é 'um
contraste gigantesco com o piso dos bancários, hoje de R$ 1.400. Esse
piso, que equivale a 681 dólares, é menor do que o salário de ingresso
do bancário uruguaio (1.089 dólares) e argentino (1.200 dólares),
segundo levantamento feito pela Contraf-CUT.
Fonte: O Liberal
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