Enem 2013: confira 25 dicas para uma boa redação

    

A redação é a prova de maior peso do Enem. Afinal, é a única parte da prova na qual o participante pode alcançar nota mil. Para não perder a chance de um bom resultado, confira uma lista com as principais dicas de professores.

    1.  Prioridade

Não deixe a redação para o final! Se o tempo acabar, é melhor que isso ocorra quando você estiver fazendo uma prova de múltipla escolha, porque, como último recurso, pode-se marcar aleatoriamente questões que faltam. Quando se trata de redação, não há essa alternativa. O candidato precisa estar tranquilo para escrever um texto completo, bem escrito e apresentável. Muitos professores até aconselham os alunos a começar pela redação, que, aliás, é a prova de maior peso do Enem.

2.  O que você tem a dizer?

Historicamente, o Enem cobra conhecimentos gerais que qualquer pessoa ao fim do ensino médio tem. Por isso, na hora da prova, o importante é se concentrar e se perguntar: "O que eu sei sobre isso?". A estudante Iárina Rangel, por exemplo, fez uma boa argumentação e tirou nota 1000 na redação do Enem 2012, que abordou movimentos migratórios no país.

3.  Conheça os temas já utilizados

Ainda dá tempo de praticar. Crie roteiros de redação para temas anteriores, treinando raciocínios do tipo "questão a ser debatida", "problema em foco", "análise da situação (causas e consequências)" e "caminhos de intervenção". Tome por base, por exemplo, o tema do ano passado, que abordou a imigração no Brasil. Experimente treinar uma redação por dia.

4.  Mantenha a leitura em dia

Quando é preciso usar bons argumentos, sai na frente quem se mantém bem informado. Através da leitura de livros e noticiário, você também enriquece seu vocabulário. Mas, lembre-se, se quiser citar frases de autores, tem que ser pertinente, coerente com o texto. Se usar uma frase que não tem a ver, só porque é inteligente, pode parecer pedante. E não pode erra o nome do autor citado, claro.

5.  Respeito à estrutura

A banca do Enem pede uma estrutura específica para a redação. Tem que ter introdução, na qual você mostra que entendeu o tema e sugere uma tese; parágrafos de desenvolvimento, nos quais você analisa o contexto, identifica um problema e suas causas; e uma conclusão, que deve, obrigatoriamente, ter uma proposta de solução para o problema identificado. Tudo isso em, no máximo, 30 linhas. Só assim você poderá ter nota 1000.

 

6.  Problema e solução

Para identificar um problema em relação ao tema proposto, leia com atenção os textos de apoio. Eles não estão lá à toa. Tenha bastante calma e procure entender bem o que a banca está querendo dizer. Com esse cuidado, você também vai conseguir desenvolver uma solução.

7.  Leitura obrigatória

Todas essas regras e muitas outras estão no "Guia do Participante – a Redação no Enem", publicado pelo MEC. Quanto mais você conhecer esse guia, melhor. É importante o candidato entender os critérios de avaliação da prova, para saber como o seu texto vai ser avaliado. Você vai entender em detalhes o que o corretor vai procurar em sua dissertação.

 

8.  Coloque-se no papel do corretor

Enquanto estiver desenvolvendo seu texto, procure se colocar no papel de um corretor. O que ele vai procurar na sua dissertação? O que falta para ele perceber que você sabia o que estava fazendo? Para isso, é importante você conhecer os critérios de correção relacionados no "Guia do Participante"

 

9.  Conclusão bem amarrada

No parágrafo de conclusão, quando você apresentar sua solução o problema, procure ser detalhado. Os corretores não gostam de propostas superficiais, como dizer simplesmente que "é preciso investir em educação". Além disso, é aconselhável, na conclusão, fazer referência à tese descrita no começo do texto. Mas sem redundância.

 

10.              Utilize os textos de apoio corretamente

Você pode lançar mão das ideias expostas nos textos que seguem o enunciado. Mas isso deve ser feito por meio da apropriação delas ao seu discurso. Nada de cópia! Preocupe-se em ir além e mostre uma reflexão pessoal. Lembre-se que o Enem é uma prova do governo federal feita para saber o que o aluno do ensino médio sabe sobre a realidade do Brasil.

 

11.              O real significado das palavras

Alguns termos podem virar armadilhas, caso não sejam interpretados corretamente. A palavra “violência”, por exemplo, pode não ser exatamente um sinônimo para “criminalidade”. Por isso, preste atenção no contexto. Você precisa ser simples, claro e objetivo.

 

12.              Conhecimentos gerais

É bom usar informações atuais no desenvolvimento do seu texto e estar em dia com o noticiário se torna importante por isso. Mas fique tranquilo. A banca do Enem não está procurando premiar jornalistas, sociólogos e cientistas políticos. Trata-se de um exame do ensino médio. Use seus conhecimentos gerais e procure refletir sobre o tema proposto.

 

13.              Exemplo não é argumento

É bom lembrar que exemplo não é argumento. A exemplificação deve ser utilizada como estratégia para dar consistência ao argumento, mas não basta por si só.

14.              Seja coerente

Faça relações claras entre os argumentos que você apresenta no texto e defenda suas ideias com evidências verdadeiras e boas premissas. Comprove seu posicionamento com eventos históricos ou exemplos de atualidades. Seja sempre politicamente correto.

15.              Capriche na construção das frases

Utilize conectivos (por exemplo: "além desse fato", "outro aspecto", "no entanto", "como consequência", "por essa razão", "desse modo" etc.) que esclareçam a progressão temática; evite frases muito longas; cuidado com a repetição de palavras; e verifique sempre a concordância entre sujeito e verbo.

16.              Controle vícios

Fique atento para o uso disseminado do "isso", "por isso" e "tudo isso", além do “que”.

 

17.              Evite modalizadores

Outra dica é evitar o uso de modalizadores que expressem julgamento, como "infelizmente", "lamentavelmente", "obviamente" e "curiosamente".

18.              Vocabulário adequado

Busque um vocabulário que seja de seu domínio, mas evite coloquialismos. Se está em dúvida sobre a grafia de uma palavra, tente substituí-la. Evite usar gírias, com raras exceções. 

19.              Seja criativo

Invista em título, introdução e conclusão diferenciadas. Eles são fundamentais para despertar a atenção do examinador, que vai estar corrigindo uma média de cem textos por dia. Mas cuidado para não perder o foco: tudo isso deve ser feito com clareza, organização e simplicidade.

20.              Tamanho é documento

A redação do Enem deve ter, no máximo, 30 linhas, contando com o título. Texto com menos de oito linhas recebe nota zero. Parágrafos muito curtos dão ideia de superficialidade e os longos ficam chatos de ler. Segundo professores, o ideal são quatro ou cinco parágrafos de seis a oito linhas.

21.              Direto ao ponto

Ao fazer a introdução, busque mostrar o tema de forma clara. De preferência, apresente sua tese desde já e evite digressões iniciais. Se tomar esses cuidados, o avaliador perceberá com facilidade que o texto se inscreve no tema proposto.

 

22.              O texto deve ser legível

A letra do candidato não precisa ser bonita, mas é importante que seja legível. Também é recomendável evitar rasuras, mas, se acontecer, faça um risco horizontal para deixar claro o engano. Evite rabiscar demais a palavra.

23.              Sem brincadeiras

Depois que candidatos tiraram notas acima da média fazendo ironias claras no texto em 2012, o MEC decidiu que esse tipo de deboche será punido com nota zero.

24.              Tempo sob controle

No Enem, tempo é algo precioso e não pode ser desperdiçado. A redação é aplicada no segundo dia do exame, junto com 90 questões. O candidato tem de 13h a 18h30 para fazer tudo. Desse total, é recomendável reservar cerca de uma hora à produção do texto, para não atrapalhar o resto.

25.              Revise o texto

Antes de finalizar, releia o texto duas vezes. Neste momento, observe a qualidade e a profundidade das ideias, além de sua pertinência ao tema. Também fique atento para erros de concordância, regência, colocação pronominal e ortografia e pontuação.

Fonte: O Globo