Até a tarde, 95 fugitivos foram recapturados pela polícia. Helicóptero Águia sobrevoa a cidade para ajudar a localizar outros homens.
95 detentos foram recapturados |
A Secretaria de Administração
Penitenciária (SAP) confirmou que 152 detentos fugiram do Centro de Progressão
Penitenciária (CPP 3) "Prof. Noé Azevedo", em Bauru (SP), durante a rebelião desta terça-feira
(24). Policiais militares já recapturaram 95
homens, afirmou a PM, durante uma coletiva na tarde desta terça-feira, mas 57
continuam foragidos. Todos serão levados ao Centro de Detenção Provisória (CDP)
de Bauru.
Durante rebelião, detentos gritaram palavras de ordem (Foto: Reprodução/TV TEM) |
Segundo informações da
Polícia Militar, os presos colocaram fogo no prédio de três pavilhões e
conseguiram fugir. O capitão da Polícia Militar Juliano Loureiro diz que a
situação foi controlada ainda de manhã. O Corpo de Bombeiros foi chamado para
controlar as chamas e o helicóptero Águia sobrevoa a cidade para localizar os
fugitivos.
No período da tarde, chamas foram vistas novamente
saindo de um dos pavilhões da penitenciária. Os bombeiros informaram que não se
trata de uma nova rebelião, mas sim de um foco de incêndio que não foi
totalmente controlado e que equipes trabalham para controlar as chamas e fazer
o rescaldo.
Segundo a SAP, o CPP 3 - antigo IPA (Instituto Penal
Agrícola) - funciona em regime semiaberto e tem capacidade para 1.124 pessoas,
mas abriga atualmente 1.427 presos. Já o sindicato dos agentes funcionários
afirma que o CPP 3 tem capacidade para 742 presos e abriga 1.500.
Pavilhões do CPP 3 ficaram danificados (Foto: Arquivo Pessoal) |
O regime do CPP 3 é semiaberto e todos os detentos
têm direito a trabalhar ou estudar fora da unidade. Segundo a SAP, hoje, 208
presos trabalham fora da penitenciária, outros 65 em empresas dentro da unidade
e 358 trabalham em atividades de manutenção do próprio presídio. Os outros
estão em férias escolares ou aguardam conseguir uma atividade.
Três pavilhões estão com muitos danos, segundo o
capitão da PM. Familiares de presos foram ao local em busca de informações de
vítimas, mas o sindicato dos agentes penitenciários afirma que nenhum agente
foi feito refém ou ficou ferido e que alguns presos ficaram feridos, mas nenhum
com gravidade.
Um vídeo registrado por um morador mostra o momento
em que policiais abordam um carro com detentos que tinham fugido. (Veja abaixo).
Apreensão de celular
Segundo o presidente do Sindicado dos Agentes Penitenciários, Gilson Pimentel Barreto, a rebelião em Bauru começou por causa de uma apreensão de celular dentro da penitenciária. "Durante uma ação dos funcionários no alojamento e pegaram um preso com um celular e a revolta começou devido a isso. Os funcionários estavam retirando o preso e o resto da população não aceitou."
Fogo foi ateado em penitenciária (Foto: Reprodução/TV TEM) |
Ainda segundo Barreto, os detentos do CPP 3 em Bauru
não estavam sendo monitorados com tornozeleira eletrônica porque o convênio
entre o estado e a empresa não foi renovado. "Foi colocado fogo em
papelões, tem alguns feridos, funcionários não ficou ninguém refém, mas não
foram muitas fugas", afirma.
Ainda segundo Barreto, os detentos do CPP 3 em Bauru
não estavam sendo monitorados com tornozeleira eletrônica porque o convênio
entre o estado e a empresa não foi renovado. "Foi colocado fogo em
papelões, tem alguns feridos, funcionários não ficou ninguém refém, mas não
foram muitas fugas", afirma.
Por conta da rebelião, uma onda de
pânico se espalhou na cidade. Comerciantes fecharam lojas e a unidade do
Poupatempo em Bauru reforçou a vigilância. Os serviços públicos municipais
foram retomados durante a tarde.
Confira a nota enviada pela SAP:
A Secretaria da Administração Penitenciária informa já foram recapturados 90 reeducandos dos 152 evadidos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) III, popularmente conhecido como Instituto Penal Agrícola "Prof. Noé Azevedo" de Bauru.
Rebelião no Centro de Progressão Penitenciária de Bauru (Foto: Arquivo Pessoal) |
O tumulto de hoje aconteceu durante
revista de rotina. O incidente iniciou-se após um Agente de Segurança
Penitenciária ter surpreendido um preso se comunicando através de celular.
A situação foi rapidamente controlada
pelo Grupo de Intervenção Rápida, enquanto que a Polícia Militar atua na
recaptura dos evadidos. Não houve reféns. Todos os presos envolvidos no
episódio e os apreendidos regredirão ao regime fechado.
Polícia Militar trabalha na recaptura dos homens (Foto: Carolina Abelin/TV TEM) |
Ressalvamos que as unidades de regime
semiaberto, conforme determina a legislação brasileira, não dispõem de muralhas
nem segurança armada, sendo cercada por alambrados. A permanência do preso
nesse regime se dá mais pelo senso de autodisciplina do preso do que a
mecanismos de contenção. Os presos que cumprem a pena em regime semiaberto
podem obter permissão para trabalhar e estudar fora da unidade penal e pela Lei
de Execução Penal poderão visitar os familiares em cinco ocasiões do ano.
O CPP III é o antigo Instituto Penal
Agrícola de Bauru e está
localizado numa área, do tipo fazenda, de 240 alqueires. Hoje, 208 presos
trabalham fora da unidade, exercendo atividades externas, outros 65 em empresas
dentro da unidade e 358 trabalham em atividades de manutenção do próprio
presídio.
Fonte: G1/SP
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