Depois
do assassinato de quatro policiais militares nos primeiros dias de
2018, a Associação de Cabos e Soldados denuncia falta de estrutura
para o trabalho da corporação e admite que a categoria está em uma
guerra contra o crime.
“Está
tendo uma guerra entre o crime e a Polícia Militar”, diz o
presidente da Acspmbm-PA Edivan Silva. No último sábado (20), o
sargento Márcio Eliseu Pojo, de 45 anos, foi executado no conjunto
Nova Jerusalém, em Ananindeua,
região metropolitana de Belém. Três dias antes, João
Francisco de Oliveira Lameira foi assassinado em uma abordagem
policial em
São Francisco do Pará.
No
último dia 10, outro PM foi morto. Richard
Farias Sousa foi baleado ao reagir a um assalto dentro de uma van em
Benevides.
O primeiro caso registrado em 2018 foi o do sargento
Wladimir Odylo Gilibert de Matos, de 48 anos. O PM foi executado
covardemente a poucos metros de casa,
no bairro do Guamá.
Para
as famílias, é um trauma difícil de superar. “Os policiais
protegem a vida das outras pessoas e são totalmente desprotegidos
pelo Estado. PM não ganha bem. E o pouco que ganha é pra tentar
sair da vida de periferia, porque periferia, é o que aconteceu com
meu pai”, diz Juliana de Matos.
“É
preciso aumentar esse efetivo. É preciso que o Estado invista em
segurança pública. Sabemos, por exemplo, que o combustível para a
viatura hoje não é suficiente. Muitas das vezes ela tem que ficar
fazendo ponto básico em um lugar aguardando o fato acontecer,
enquanto deveria evitar que o fato acontecesse”, diz Edivan Silva.
Em
2017, 34 PMs foram assassinados no Pará.
A
Secretaria de Segurança Pública do estado informou que tem
investido em treinamento, aperfeiçoamento e orientação dos
militares, seja durante a rotina de serviço, assim como no período
de folga. A corregedoria da PM acompanha as investigações dos
homicídios.
Fonte:
G1 Pará
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