Em
2017, o Pará foi o Estado com maior número de trabalhadores
encontrados em situação análoga à de escravo e retirados das
frentes de trabalho. Um total de 72 pessoas foram resgatadas em 17
cidades paraenses - o que representa 21% do total de resgates no
país.
Os
dados do Ministério do Trabalho (MT), publicados ontem (17) ,
revelam, ainda, que o número de operações de fiscalização para a
erradicação do trabalho escravo caiu 23,5% no Brasil em 2017, em
comparação com o ano anterior. As informações foram obtidas pelo
G1 por meio da Lei de Acesso à Informação. Segundo o Ministério
do Trabalho, no ano passado, o Pará reassumiu a liderança nacional
em número de trabalhadores libertados. Minas Gerais - que havia
liderado a lista nos últimos quatro anos - apareceu em segundo
lugar, com 60 pessoas resgatadas em 13 cidades. Em seguida, vieram
Mato Grosso (55) e Maranhão (26).
Em
outubro do ano passado, o Estado já havia aparecido na “lista
suja” do Ministério do Trabalho como o segundo com o maior número
de citações. A chamada “lista suja” é o nome informal do
cadastro atualizado de empregadores que submeteram trabalhadores a
condições análogas à de escravidão. Dezesseis empresas
localizadas no Pará apareceram na relação, liderada por Minas
Gerais (42 notificações). Na ocasião, 132 empresas foram listadas
em 12 estados diferentes. Também no ano passado, um levantamento
feito pelo Observatório Digital do Trabalho Escravo apontou que
quase 10 mil pessoas foram encontradas em situação de trabalho
degradante nas fazendas do Pará nos últimos 14 anos.
A
reportagem revelou uma queda substancial nas operações de
fiscalização e combate ao trabalho escravo em todo o país. No ano
passado, foram realizadas 88 operações em 175 estabelecimentos,
contra 115 em 2016. É a menor atuação das equipes de erradicação
desde 2004, quando foram feitas 78 fiscalizações.
No
auge das operações, em 2013, foram feitas 189 fiscalizações. O
número de trabalhadores resgatados ultrapassava a marca de mil por
ano desde 2001. Em 2007, por exemplo, quase 6 mil foram resgatados.
Em 2016 e em 2017, porém, os registros ficaram abaixo de mil. Já o
total de trabalhadores resgatados também apresentou queda em 2017.
Foram 341 pessoas encontradas em situação análoga à de escravo e
retiradas das frentes de trabalho. Foi o número mais baixo desde
1998, quando ocorreram 159 resgates.
Em
relação a 2016, a queda foi de 61,5%. Segundo a reportagem,
considerando que o trabalho escravo é baseado em denúncias e
fiscalizações, os números mais baixos não representam
necessariamente uma menor incidência do crime no país.
Fonte:
O Liberal
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