Motoristas que precisam trafegar diariamente
pela PA 415, rodovia que liga os municípios de Altamira e Vitória do Xingu, no
sudoeste do Pará, reclamam das péssimas condições da estrada. Os buracos e a má
sinalização já foram motivo de vários acidentes nesta pista. O trecho de
aproximadamente 46 km virou o terror de motoristas, passageiros e de quem mora
ao longo da rodovia. “A última vez que eu andei pra cá, quase aconteceu um
acidente. A gente saiu da mão pra desviar do buraco, e na hora veio outro
carro. A gente deu uma bambeada, mas graças a deus não aconteceu nada”, conta
Zaqueu Loureiro, um agricultor que mora em Vitória do Xingu e precisa trafegar
pela PA.
A
PA é considerada uma das mais importantes da região Transamazônica. Por essa
estrada passam, diariamente, dezenas de caminhões carregados com mercadorias
para atender cerca de oito municípios, já que em Vitória do Xingu fica o único
porto da região. Por aqui também passam várias pessoas por dia, que se
deslocam para chegar aos seus locais de trabalho. E não são somente os buracos
que preocupam. O acostamento da estrada está tomado pela vegetação. Em alguns
trechos, o mato encobre até as placas de sinalização. As poucas que aparecem
quase não servem mais de referência aos motoristas porque estão apagadas. “De
noite ainda é mais complicado porque a gente não vê nada, nem os buracos. Quem
não conhece a estrada pode se tornar uma vitima”, afirma o mototaxista Gildo
Prado, que trafega quase que diariamente por essa rodovia.
A rodovia foi pavimentada pela primeira vez em
2008. Entre os anos de 2012 e 2015, época do auge da construção da usina de
Belo Monte, ela recebia manutenção constante, por causa do maquinário que
passava por aqui para chegar até o canteiro de obras da hidrelétrica, mas desde
então a pista não passou mais por nenhuma manutenção completa. Em 2018, uma
empresa contratada pelo governo do Estado, começou a fazer o serviço de
recuperação da pista, segundo contam os moradores. Os trabalhadores teriam
recuperado cerca de 15 quilômetros da estrada, no trecho próximo a Altamira,
mas perto do fim do ano, coincidentemente após o segundo turno das eleições, a
empresa abandonou o serviço e as obras foram paralisadas. Geraldo Gomes, que é
pecuarista e tem uma propriedade a beira da rodovia, conta que se lembra quando
o trabalho começou. “Foi cavado aqui pra consertar, e não foi consertado. A
firma foi embora não sei o porquê!”, disse.
Além
do risco a vida, os prejuízos são contabilizados nos veículos também. Seu
Ladislau Duarte, taxista de Vitória do Xingu chegar a gastar cerca de 200 reais
por mês para fazer a manutenção do carro. “Bate em cada buraco ai, que a gente
manda alinhar e balancear o carro, quase de 15 em 15 dias”, conta.
Enquanto
isso, a rodovia que tem o trecho pequeno se comparado a sua importância para a
região, está se desgastando ainda mais nessa época, por causa do período
chuvoso, e apresentando mais riscos aos motoristas, que tem sempre o mesmo
apelo. “A gente gostaria pedir para o governo estadual e para o governo dos
dois municípios, que olhassem pelo povo da região, pelos produtores rurais, que
nós somos um povo sofrido e merecemos essa atenção”, pediu seu Geraldo Gomes.
Por
Valéria Furlan – A Voz do Xingu
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